quarta-feira, dezembro 21, 2005

Governo rejeita proposta de aumentos para a Função Pública



O aumento salarial de 3,5 por cento proposto pela Frente Sindical da Administração Pública (FESAP) e pelo Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE) foi, ontem, recusado pelo governo.

O ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, afirmou aos jornalistas que as “exigências ultrapassam em muito o montante disponível na dotação provisional”, não revelando, no entanto, qual será a contra-proposta do governo.

Teixeira dos Santos disse que a verba inscrita na dotação provisional do Orçamento de Estado para 2006 é de 424 milhões de euros, estando este valor muito abaixo dos aumentos reivindicados pelos sindicatos.

Segundo as contas do ministério, os aumentos exigidos pelos sindicatos acarretariam um encargo para o Estado de 630 milhões de euros, mais 200 milhões de Euros do que o previsto para orçamento de Estado do próximo ano.

A Frente Comum, afecta à CGTP, reivindica uma actualização salarial de 5,5 por cento, o que significa um encargo de 990 milhões de euros.

Amanhã, quarta-feira, realiza-se uma nova reunião negocial entre Teixeira dos Santos e os sindicatos onde será apresentada a proposta do Governo.

domingo, dezembro 11, 2005

Que vontade de partir

O meu país enfrenta uma situação financeira grave, este facto não é novidade para ninguém. A crise social assume proporções preocupantes e, para a sua resolução, é necessário um esforço à escala nacional, que una todos os cidadãos segundo objectivos comuns. Era esse o Portugal em que eu queria viver, no entanto, a realidade é um deserto.

Vivo num país descrente de ideias, onde um debate entre dois candidatos presidenciais, encontro onde, supostamente, se deveriam discutir soluções para a melhoria das condições de vida dos portugueses, tem menos audiência que uma novela brasileira. Que país é o meu?

Não podemos andar constantemente a dizer que a culpa é da conjuntura, da adesão à União Europeia, ou, ainda mais ridículo, do coitado do Durão Barroso que nos abandonou.

Aceitemos o que somos, nada mais nada menos que um povo agreste, alheado, despreocupado com o que se passa à sua volta.

Portugal é neste momento um país ridículo, basta olhar para alguns exemplos do dia-a-dia. È com amargura que vejo os funcionários públicos, camada mais privilegiada da população, exigir a manutenção das regalias exorbitantes que usufruem face à situação grave do país. Será que eles não vêem que em alturas de crise não é possível manter privilégios desmedidos? Não menos graves, são construções megalómanas como o aeroporto da Ota ou TGV, exemplos do quão desmesurado é o nosso país quando importa escolher áreas de investimento essenciais.

Será que vamos continuar à espera do D. Sebastião? Não creio que valha a pena, não sei mesmo se esse senhor ainda existe. O que eu sei é que Portugal está envolto num ciclo vicioso, um colete-de-forças que destruirá, nos próximos anos, o sistema de segurança social. Não é este o país que os nossos avós sonharam em 1974.

Hoje percebo que não somos dignos da herança que recebemos. Podemos continuar a pôr bandeiras nas varandas, no entanto só seremos realmente portugueses quando assumirmos as nossas responsabilidades quotidianas.

Quando percebermos que ao fugir aos impostos, ao falsificar facturas médicas (ADSE) para as poder trocar por óculos de sol, estamos a roubar o futuro aos nossos filhos, será, certamente, tarde de mais.

Isto é apenas um rascunho do que somos, oxalá haja a coragem governamental para reverter a situação.

segunda-feira, dezembro 05, 2005

Primeiro frente-a-frente entre Cavaco e Alegre

O primeiro frente-a-frente para as Presidenciais acontece hoje, na Sic, pelas 20h30 e opõe Cavaco Silva a Manuel Alegre.

O debate de hoje é importante para Cavaco Silva, uma vez que tem sido acusado de não apresentar propostas concretas. Desta forma, o antigo primeiro-ministro poderá aproveitar o facto de abrir a primeiro debate para explicitar as suas ideias.

Do mesmo modo, embora em sentidos políticamente diferentes, Manuel Alegre tem a possibilidade de recuperar a desvantagem que, presentemente, tem em relação a Mário Soares, tentando captar votos aos indecisos do PS.

O debate de hoje terá uma hora de duração e apenas um intervalo. A forma de debate adoptada será igual em todos os debates presidenciais.

Os dez debates televisivos serão transmitidos pelas três estações de televisão generalistas e terminam a 20 de Dezembro.


segunda-feira, outubro 31, 2005

Direitos apenas na forma...

"A AIR LUXOR NÃO TRANSPORTA PESSOAS COM DEFICIÊNCIAPublicação de um mail recebido de um leitor da Fundação Canzoada:

PORTUGAL NO SEU PIOR - EXCLUSÃO E DISCRIMINAÇÃO!

Sabem a melhor?Perguntei ao Sr. Rui Perdigão da "Air Luxor" para ele então me dar datas disponíveis para férias em Moçambique, Brasil ou Cabo Verde, salientando que o quarto no hotel onde ficasse hospedado teria de ter condições para deficientes devido á minha esposa se deslocar em cadeira de rodas. O Sr. Rui Perdigão disse-me para eu esperar um pouco e passado uns segundos voltou ao telefone dizendo-me: Lamentamos muito, mas desde o dia 7 de Junho que a "Air Luxor" deixou de transportar passageiros deficientes.

Como devem compreender acho que com esta atitude a companhia aérea em questão está a praticar "Exclusão e Discriminação" para com os deficientes deste País. Acho inconcebível que uma companhia aérea nacional não preencha um dos requisitos minímos que é o transporte de deficientes.

Agradeço que divulguem este bom serviço prestado pela "Air Luxor". Só mesmo num país do TERCEIRO MUNDO é que este tipo de situações poderiam vir a ocorrer.

Virgilio «"Air Luxor Tours - Call Center" ALT-CallCenter@airluxor.com 14-07-2005 15:11»

Após este contacto do meu marido com a referida transportadora e, não querendo acreditar no que estava a ouvir, tentei marcar uma viagem na Companhia aérea AIR LUXOR. Após a verificação da data a marcar e do número de lugares, disse ao funcionário que um dos lugares era para um deficiente motor.

Resposta do meu interlocutor:

-Desde o dia 7 de Junho que a Air Luxor não faz transporte de passageiros em cadeiras rodas. (antes ainda me questionou se o passageiro de cadeira de rodas podia subir as escadas para o avião - apeteceu-me logo dar uma má resposta mas consegui conter-me).

Reclamei, como é óbvio e vou levar ao limite a luta contra esta discriminação que a referida companhia está a praticar: não transportar deficientes motores nos meses em que a afluência ao serviço é grande, é estar a impedir a acessibilidade ao exercício do direito de cidadania, é estar a violar o meu direito de igualdade e liberdade. Esta exclusão social no sec. XXI, não pode nem deve passar sem que seja altamente divulgada. Vou lutar pelo meu direito à acessibilidade quando e onde o desejar. Não será a Air Luxor a decidir os meses em que devo ou não viajar. Já não está em causa a viagem mas sim a discriminação e a exclusão.

Conto com a ajuda de todos para a divulgação de mais uma injustiça no mundo de "Salve-se quem puder"

ACESSIBILIDADE É UM CONCEITO LATO QUE SIGNIFICA POSSIBILIDADE DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AO MEIO EDIFICADO PÚBLICO E PRIVADO, AOS TRANSPORTES E ÁS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO."


Email recebido que achei por bem divulgar...

segunda-feira, outubro 24, 2005

O Anúncio



Cavaco Silva formaliza a sua candidatura à presidência da República.
O antigo primeiro-ministro pretende combater «a descrença e o pessimismo instalados», com a convicção de «contribuir para o reforço de credibilidade e para ajudar a vencer o momento difícil que o país atravessa».

domingo, outubro 09, 2005

As Autárquicas e a moral

A verdadeira democracia, aquela que vem nos livros e à qual nos habituamos a aspirar desde tenra idade, pressupõe, no sentido da salutar auto-preservação das instituições democráticas um conceito bastante importante – a alternância democrática.

Os resultados globais das eleições autárquicas de hoje, segundo as projecções avançadas pelas principais televisões nacionais, demonstram, inequivocamente, o perpetuar de alguns mandatos pré-históricos que, obviamente, nada têm a ver com o conceito anteriormente referido.

A eleição dos velhos “dinossauros” que pontificam nas autarquias de Braga, Gondomar e Oeiras, entre outras, atesta a manutenção de um “status quo” governativo, em minha opinião, verdadeiramente inquietante.

A sabedoria popular diz-nos que o Poder acaba por corromper o indivíduo, especialmente com o passar dos anos e respectivos mandatos. Sem querer entrar pelo fatalismo desmedido do senso comum, é um facto que a manutenção de um cargo político durante um número indefinido de mandatos cria vícios latentes. Posto isto, e para o bem-estar das referidas instituições do poder local, é vital a injecção de “sangue novo”, fundamental para que se garanta uma relação de respeito mútuo entre a autoridade local e os cidadãos, laço que tende a ser desvitalizado com o avançar dos anos.

Políticos como Valentim Loureiro, Fátima Felgueiras e Isaltino Morais são um bom exemplo deste apego assustador em relação ao todo badalado Poder. Sem querer abordar as considerações de âmbito legal sobre a gestão financeira de alguns dos municípios dirigidos pelos referidos “dinossauros”, sobre os quais as instituições judiciais oportunamente se pronunciarão, poder-se-á dizer que estas eleições decorreram numa esfera pouco ética. A ética é a ciência da moral; partindo deste princípio dir-se-á, com toda a legitimidade, que a suspeita de actos ilícitos durante a administração camarária impõe, em nome do respeito pelas instituições democráticas, a suspensão de toda e qualquer actividade política, até que o poder judicial se pronuncie sobre a questão. É certo que a política não se deve misturar com a justiça, no entanto, o mais distraído dos eleitores pode e deve questionar-se sobre esta questão ética e moral.

Mais do que qualquer consideração de âmbito meramente partidário, os resultados destas eleições autárquicas mostram que os eleitores têm uma confiança cega nos respectivos presidentes de câmara, mesmo quando estes se encontram sob a alçada da justiça. Será que a presunção de inocência até trânsito em julgado justifica os resultados do escrutínio?

Seria sem dúvida positivo que se reflectisse sobre esta questão que, volto a dizer, é acima de tudo ética e moral.

sexta-feira, outubro 07, 2005

Nobel da Paz

Nobel da Paz 2005 atribuído à Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) e ao seu director-geral, Mohamed ElBaradei.

quarta-feira, outubro 05, 2005

Apenas mais um dia de festa...


A apenas quatro dias das Eleições Autárquicas, o espectáculo continua mais ou menos o mesmo. O circo é o mesmo, o seu apresentador também, apenas os palhaços mudam.

A constante repetição do “mesmo” neste texto não acontece por mero acaso. No fundo reflecte a situação do país, que se encontra numa ataraxia total. Alguma novidade?

Há que realçar a falta de imaginação e, acima de tudo, a falta de visão política àqueles que se auto denominam políticos.

No passado fim-de-semana li um artigo [que não é propriamente um artigo] na revista Única do jornal Expresso e que me deixou pensativo, um pouco à semelhança, penso eu, de todos os que, como eu, o leram.

Trata-se da habitual carta do Comendador Marques de Correia, aquela que, na última página da dita revista, todas as semanas se dirige a alguém, com algum sentido e ironia à mistura.

O Comendador Marques de Correia conta a história de três homens (Isaltim, Avelim e Valentino) e de uma estalajadeira (que supostamente fugiu pró Brasil...) que têm a possibilidade de pedir desejos a um génio.

Ora, não fosse esta história bem conhecida de todos nós e pensaríamos que as personagens teriam escolhido desejos variados e interessantes…

Eu que pensava que a época das canetas, das réguas, dos lápis [que até têm bastante utilidade para a escola, escritório e até para apontar o que falta de mercearia para a semana] estava acabada e, afinal, enganei-me! No entanto, e à semelhança dos tempos, a revolução dá-se também na política. Agora chegou a moda dos enchidos [entregues em mão e por correio]. E esta hein?

UM APARTE - A ironia é uma forma [simples] de se criticar aquilo que, supostamente, está mal.

É incrível como ainda hoje as pessoas se preocupam mais com os “brindes” oferecidos pelos políticos e seus verdadeiros exércitos de poluição sonora, do que com o próprio político e seus projectos políticos para o futuro.

Ainda há os que dizem que “os políticos são todos iguais” e que, por isso, não vão sequer votar, exercer o seu dever cívico, esquecendo-se que há outras formas de mostrar descontentamento político.

É curioso que, neste país desenvolvido que até pertence à União Europeia, Portugal ainda ande ao ritmo do chouriço e da propaganda barata.

É conveniente dizer que antes de pôr a cruz, no Domingo, o mais comum dos cidadãos poderia tentar conhecer o candidato em quem pensa votar [e refiro-me a nível de propostas políticas].

Não namoramos com quem não conhecemos, ou namoramos?

sábado, setembro 24, 2005

O POLITICADA encontra-se, temporariamente, em stand by. Todavia, voltaremos a escrever muito em breve... Sejam pacientes.
O POLITICADA voltará um pouco diferente, conquanto tendo sempre como elemento central de debate a política.

quinta-feira, maio 05, 2005

Marques Mendes veta recandidatura de Valentim Loureiro


Marques Mendes vetou, ontem, a recandidatura de Valentim Loureiro à Câmara de Gondomar, na reunião da Comissão Política Nacional do PSD.

O envolvimento de Valentim Loureiro no caso “Apito Dourado”, terá levado o líder do PSD a invocar falta de confiança política relativamente ao autarca de Gondomar.

Valentim Loureiro declarou, ontem, não ter nada a falar sobre a sua recandidatura com o líder do seu partido: «Não tenho nenhum problema para lhe colocar», tendo deixado para hoje, numa entrevista na RTP, o anúncio do seu futuro político.

Marcelo Rebelo de Sousa já teceu comentários à direcção do PSD, na televisão pública. O professor advogou que após o afastamento de Isaltino Morais, investigado pelo caso das contas na Suíça, o líder do PSD «Não tem margem de recuo» no que diz respeito às recandidaturas do major e da Isabel Damasceno, autarca de Leiria, igualmente arguida do processo "Apito Dourado".

Em resposta às declarações de Marcelo Rebelo de Sousa, Valentim Loureiro declarou que «Tudo o que ele [professor] diz deve ser ponderado», conquanto «há muitas coisas» sobres as quais Marcelo «não tem um conhecimento aprofundado».

Marques Mendes tomou a decisão de vetar a recandidatura de Valentim Loureiro na noite em que a concelhia de Gondomar ratificou em plenário a candidatura do major, que conta, também, com o apoio da Comisão Política Distrital do Porto, presidida por Marco António Costa.

Valentim Loureiro, segundo fontes próximas, pretende continuar a dirigir os destinos da Câmara de Gondomar, independentemente do apoio da direcção nacional do PSD.

A cofirmar-se a decisão do PSD há a possibilidade de Valentim Loureiro, à semelhança de Isaltino Morais, em Oeiras, optar por uma candidatura independente.

Fontes: DN e JN

Tony Blair poderá alcançar vitória histórica


Tony Blair é apontado como o vencedor das legislativas de hoje na Grã-Bretanha.

As sondagens dão uma vitória a Tony Blair com cerca de 45% dos votos, em 44,2 milhões de eleitores. O ainda primeiro-ministro deverá, ao que tudo indica, conseguir o terceiro mandato consecutivo dos trabalhistas. A Coral, uma das principais bolsas de apostas londrinas afirma que «Uma derrota dos trabalhistas será a maior surpresa da História».

Michael Howard, líder dos conservadores, «não terá grandes hipóteses de vir a ser o próximo chefe do governo», referem alguns estudos de opinião publicados hoje de manhã. Os mesmos estudos mantêm uma vantagem dos trabalhistas com margens de 3 a 6 pontos percentuais em relação aos conservadores e de 13 a 16 face aos liberais democratas de Charles kennedy.

Blair negou, ontem, em resposta às afirmações de que entregaria o poder a Gordon Brown, actual ministro das finanças, querer ser um primeiro-ministro a prazo. No último dia de campanha, Blair pediu ainda aos eleitores que não o «castigassem pela guerra do Iraque», mas que tivessem em conta a saúde da economia. «Evidentemente, há um desacordo sobre o Iraque», reiterou o chefe de Governo. «Mas se as pessoas optarem por um voto de protesto, não são as coisas contra às quais elas protestam que vão mudar se um Governo conservador chegar ao poder», acrescentou.

Tony Blair, na mesma conferência de imprensa, última antes das eleições, referiu o êxito do seu Governo nas áreas da Economia, da Saúde, da Educação e das Reformas. O chefe de Governo declarou aos presentes que «Se defendem uma economia forte, votem por ela; se defendem o serviço de saúde público, votem por ele; se defendem as escolas, votem por elas; se defendem o apoio aos reformados, votem por eles».

Gordon Brown, em consonância com o primeiro-ministro, escreveu no jornal "The Guardian" que «Punindo o Partido Trabalhista, punem as pessoas que mais necessitam dele», acautelando ainda os eleitores: «Rejeitar um Governo progressista com base num desacordo profundo sobre um só tema - o Iraque - poderá conduzir à ascensão de um Governo reaccionário hostil à justiça social e económica». Por volta das 22h00 (mesma hora em Lisboa) encerram as assembleias de voto e serão apresentadas as primeiras sondagens à boca das urnas.

A dúvida persiste, relativamente à expressão numérica do partido trabalhista nos 646 deputados do parlamento, até ao final da noite. A possibilidade de uma elevada abstenção é outra das dúvidas, uma vez que em 2001 apenas 59,4 % dos eleitores votou.

Fontes: JN e Lusa

segunda-feira, abril 04, 2005

Compromisso Portugal classifica o programa de governo de razoável

O Compromisso Portugal manifestou hoje, através de um comunicado à imprensa, uma posição favorável relativamente ás propostas firmadas no programa de governo socialista.

Após uma análise cuidada da estratégia proposta pelo executivo de José Sócrates para este ano, o prestigiado conjunto de empresários e intelectuais portugueses como António Mexia e António Carrapatoso, diz estarem criadas todas as condições para uma mudança estrutural na política económica nacional – “o Governo tem condições para implementar as políticas verdadeiramente reformistas necessárias ao desenvolvimento da sociedade portuguesa”.

As medidas que mais agradam ao Compromisso Portugal são a restrição do número de cargos da função pública por nomeação política, o ensino do inglês no básico, a revisão do mapa judicial e o incentivo à concorrência nos mercados de energia e medicamentos

Apesar desta avaliação positiva, o grupo diz-se preocupado com o “excessivo” peso do estado na política económica, tendência que pode prejudicar a competitividade nacional a médio prazo.

No documento hoje apresentado, o Compromisso Portugal deixou ainda alguns conselhos ao novo executivo, nomeadamente, a necessidade da “indicação e calendarização das medidas concretas e aprofundadas, susceptíveis de contribuir para uma maior aproximação à Europa, em termos de desenvolvimento económico, qualidade de vida e coesão social”.

Fonte: Lusa

domingo, abril 03, 2005

Morreu o Papa João Paulo II


O Papa João Paulo II faleceu esta noite, às 21h37 (20h37 em Lisboa), no seu apartamento no Vaticano. Karol Wojtyla morreu aos 84 anos de idade, ao fim de quase 27 anos de pontificado.

O porta-voz do Vaticano informou ontem, pelas 11h30, aos jornalistas que o estado de saúde de Karol Wojtyla não se tinha alterado e que, por isso, se mantinha «gravíssimo».

João Paulo II sofria de uma infecção urinária que desencadeou um choque séptico e um colapso cárdio-respiratório que agravaram o estado de saúde do Santo Padre: «tinha começado a observar-se perda do estado de consciência», anunciou o porta-voz do Vaticano.

O Santo Padre recebeu ontem, durante a missa da festa litúrgica da Divina Misericórdia, o Santo Viático e, uma vez mais, o Sacramento da Unção dos Doentes.

«As últimas horas do Santo Padre foram caracterizadas por uma oração ininterrupta de todos os que o assistiram na pia passagem, bem como pela participação coral dos milhares de fiéis recolhidos há muitas horas na Praça de São Pedro», declarava o comunicado oficial do Vaticano.Eduardo Somalo, o cardeal camerlengo, procedeu ao ritual tradicional de bater três vezes na cabeça do Santo Padre com um pequeno martelo de prata e chamar pelo seu nome de baptismo, antes da confirmação do óbito.

A morte do Papa foi anunciada ao povo de Roma, após ser confirmado o óbito. Leonardo Sandri, em nome do vigário-geral de Roma, o cardeal Camillo Ruini, fez o anúncio da morte às cerca de cem mil pessoas que se encontravam na Praça de S. Pedro.

A morte de João Paulo II foi comunicada pelo cardeal camerlengo ao deão do Sacro Colégio dos Cardeais, o alemão Joseph Ratzinger. Cabe a Ratzinger a convocatória do conclave e a comunicação oficial da morte do pontífice aos Estados com os quais a Santa Sé mantém relações diplomáticas.

O cardeal Ângelo Sodano, secretário de Estado do Vaticano, entoou em seguida o "De profundis". O mesmo cardeal celebrou, esta manhã pelas 10h30 (09h30 em Lisboa), a missa da "Divina Misericórdia" em memória de João Paulo II.

As cerimónias fúnebres terão a duração de nove dias e o corpo será sepultado entre o quarto e o sexto dia após a morte. Os restos mortais de João Paulo II ficarão em câmara ardente na Basílica de S. Pedro, até ao dia funeral. Os elementos pertencentes ao conclave, 117 cardeais com menos de 80 anos que deverão reunir-se entre o 15º dia e o 20º dia após a morte do Papa, vão votar o substituto de João Paulo II.

O Percurso

Karol Wojtyla nasceu a 18 de Maio de 1920 em Wadowice, Cracóvia, tendo perdido a mãe aos oito anos. A invasão nazi da Polônia em 1939 levou ao encerramento da Universidade de Cracóvia onde estudava filosofia e três anos depois inicia, em segredo, os estudos se para tornar padre. Wojtyla foi ordenado em 1946, tendo viajado para Roma onde terminou os seus estudos. Doze anos depois tornava-se o mais jovem bispo polaco. Em 1964 é promovido a arcebispo de Cracóvia e, três anos depois, é feito cardeal pelo então Papa Paulo VI.

Karol Wojtyla foi eleito Papa a 16 de Outubro de 1978, tendo iniciado, seis dias depois, o terceiro pontificado mais duradouro da história da Igreja Católica. O pontificado de João Paulo II ficou marcado pela sua abertura ao mundo, pelas inúmeras viagens, pelo ecumenismo.

As reacções

O Governo da Itália decretou três dias de luto nacional pela morte do Papa, contados a partir de hoje, sendo o dia do funeral também dia de luto nacional.
Toda a comunidade internacional prestou homenagem a João Paulo II, expressando pesar pela sua morte.

Ariel Sharon, primeiro-ministro israelita, saudou hoje a memória de João Paulo II: «em nome do povo de Israel, exprimo o meu pesar e os meus pêsames pelo falecimento do papa João Paulo II, participando no luto de milhões de cristãos», acrescentando que João Paulo II «era um homem de paz, um amigo do povo judaico, que reconhecia a sua singularidade e que trabalhava para a reconciliação entre os povos». Sharon terminou a sua declaração afirmando que «o mundo perdeu um dos grandes líderes da nossa época».

Viktor Iuchtchenko, presidente ucraniano, anunciou, num comunicado da presidência, estar «profundamente entristecido» pela morte do papa, declarando que «a notícia trágica do fim da vida terrestre do papa João Paulo II encheu de uma tristeza inexprimível os corações dos ucranianos que rezavam pela sua saúde». «Perdemos um homem à escala planetária que pôs toda a sua vida ao serviço da humanidade e da Igreja, pelo que mereceu a graça de Deus e o respeito do mundo inteiro» acrescentou Iuchtchenko.

Vaclav Klaus, presidente da República Checa, enfatizou a figura de João Paulo II afirmando que Wojtyla «foi uma das personalidades mais significativas do mundo contemporâneo e um homem cuidadoso e sensível, que dedicou toda a sua vida aos ideais do amor ao homem, aos ideais da bondade humana, da humildade e ajuda aos necessitados».

O seu antecessor no cargo, Vaclav Havel, considerou João Paulo II como sendo «um homem magnífico com um grande carisma que teve participação decisiva nos destinos do futuro e na ordem política do mundo actual».

Também o presidente dos Emiratos Árabes Unidos, o xeque Jalifa bin Zayed Al Nahyan, lamentou hoje o falecimento João Paulo II, asseverando que este papa contribuiu para um maior entendimento entre o Islão e o Cristianismo: «estamos muito entristecidos pelo falecimento do Papa João Paulo II e em nome do Governo e do povo dos Emiratos Árabes Unidos exprimimos o nosso pesar aos membros da Igreja Católica em todas as partes do mundo». AL Nahyan acrescentou ainda que «nos seus esforços consagrados a promover a justiça, a paz e o amor entre os homens, João Paulo II foi uma antítese daqueles que apoiam uma dogmática e estreita interpretação da mensagem universal de Deus».

À semelhança do governo italiano, também o governo português decretou ontem três dias de luto nacional pela morte do Papa João Paulo II. O presidente da República, Jorge Sampaio, e o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Freitas do Amaral, serão os representantes portugueses nas cerimónias fúnebres.

«O Papa João Paulo II foi uma das figuras mais marcantes da história contemporânea, como é reconhecido universalmente, seja qual for o juízo que se faça da sua acção e do seu legado», descreveu Jorge Sampaio, proferindo ainda que Wojtyla foi um «adversário acérrimo do comunismo colectivista, também o foi do capitalismo egoísta, sem consciência humanista e sem solidariedade e de uma concepção do lucro como o grande fim da actividade humana».

O primeiro-ministro português, José Sócrates, declarou que «foi durante o seu pontificado que se reviu a Concordata entre o Estado português e a Igreja Católica em moldes mais actuais», lembrando «o empenhamento do papa nas causas dos direitos humanos e no diálogo entre civilizações, culturas e religiões».

Fontes: Lusa “1”, Lusa “2”, JN e Público

quinta-feira, março 31, 2005

Carrilho e Assis candidatos às câmaras de Lisboa e Porto



Manuel Maria Carrilho e Francisco Assis confirmados, ontem, como candidatos à presidência das autarquias de Lisboa e Porto, respectivamente.

José Sócrates indicou à direcção socialista os nomes de Carrilho e Assis para as câmaras de Lisboa e Porto, respectivamente, tendo a mesma direcção aprovado. Jorge Coelho, coordenador da Comissão Permanente do PS, confirmou os nomes de Maria Carrilho e Francisco Assis asseverando que tal decisão teve o apoio das respectivas concelhias.

Coelho admitiu a possibilidade de o PS fazer coligações à esquerda, nomeadamente com o Bloco de Esquerda (BE) e o Partido Comunista Português (PCP). O coordenador da Comissão Permanente do PS anunciou que o partido irá concorrer «preferencialmente sozinho», embora tenha deixado explícito também que, em Lisboa, o «BE teve mais votos do que o PCP» e que «o PS tem a ambição de ganhar as câmaras de Lisboa e Porto».

Após o anúncio de Coelho as reacções não se fizeram esperar, tendo havido sinais de descontentamento em Lisboa e de resignação no Porto, o que pode pôr em causa as coligações pretendidas para ambos os concelhos.

Contrariamente ao facto de as concelhias do Porto e Lisboa terem defendido outros candidatos, sendo em Lisboa o preferido Ferro Rodrigues ou até mesmo Jorge Coelho e no Porto Nuno Cardoso, Coelho referiu que Carrilho é «um excelente candidato e o melhor ministro da Cultura desde o 25 de Abril» e Assis é «o melhor candidato que o PS tem para ser presidente da Câmara do Porto».

«A nossa posição é conhecida», relembrou Raul de Brito, um dirigente muito próximo de Nuno Cardoso, acrescentando que «Cardoso já deu o apoio a Assis» e, portanto, participará na campanha.

Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, manifestou o seu interesse no esclarecimento e decisão final rápida relativamente ao tema da coligação por parte do PS: «nós não colocamos o Partido Socialista entre a espada e a parede, em termos de calendário», embora devido à «necessidade de afirmação do nosso projecto CDU, tendo em conta as dinâmicas de constituição das listas, dos contactos, todo um trabalho que é necessário realizar, penso que urge uma resposta do Partido Socialista».

Jorge Coelho revelou ainda que o PS já tem 80% dos candidatos e que, na próxima quarta-feira, a comissão autárquica analisará ainda outros casos, excepto o de Matosinhos, uma vez que o PS não aceita Palmira Macedo como candidata a esta autarquia. Ricardo Fonseca, um administrador da APDL próximo de Narciso é apontado como possível candidato por Matosinhos, conquanto Sócrates deseje uma «figura com visibilidade».

O PS/Porto apresentará, no dia 10, os candidatos ao interior do distrito em Marco de Canaveses.

Fontes: JN e Público

quinta-feira, março 24, 2005

Presidente do Quirguistão demitiu-se após invasão da sede de governo


Askar Akayev, presidente do Quirguistão, demitiu-se, tendo abandonado, posteriormente, o país como consequência da tomada da sede do governo em Bishkek por manifestantes da oposição.

A oposição quirguize, após um mês de manifestações, tomou o poder e anunciou a intenção de anular as últimas eleições legislativas e de convocar novas eleições.

Félix Kulov, dirigente da oposição libertado hoje da prisão por manifestantes da oposição, negou à imprensa ter comunicado a demissão de Akayev.

Um outro dirigente, Kurmanbek Bakiev, asseverou na televisão que Akayev não só se demitira do seu cargo como também abandonara o país.

As agências russas Interfax e Itar-Tass noticiaram, simultaneamente, a fuga de Akayev para a Rússia ou para o Cazaquistão, república vizinha onde terão também chegado os familiares de Akayev.

Segundo fontes quirguizes, Akayev abandonou a sede do governo, pouco tempo antes da entrada dos manifestantes, seguindo para uma reunião com o chefe da missão da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) na sua residência, fora da capital.

Durante a manifestação, os ministros da Segurança e da Defesa foram sequestrados.

As forças militares e policiais que estavam no edifício abandonaram o local, recusando qualquer resistência aos manifestantes. Os elementos da oposição que entraram no edifício começaram a lançar retratos do presidente pelas janelas, assim como pequenas peças de mobília e pastas com documentos.

A situação vivida em Bishkek foi caracterizada pelos jornalistas presentes como sendo «muito tensa»: enquanto que numa das varandas do segundo andar do edifício um manifestante agitava uma bandeira do Quirguistão, na praça em frente, estavam concentrados cerca de 10 mil manifestantes.

Numa situação como a que se viveu hoje no Quirguistão, qualquer tentativa de “desactivação” dos movimentos da oposição por parte do governo poderia “inflamar” ainda mais a situação.

Fontes: Expresso, Lusa e JN

quarta-feira, março 23, 2005

Freitas do Amaral suspenso do PPE


Freitas do Amaral considerou injusta a decisão de o Partido Popular Europeu (PPE) o suspender das suas fileiras.

Em declarações aos jornalistas, à saída de sessão de encerramento do debate do programa de Governo, o ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE), Diogo Freitas do Amaral, declarou ser «injusto» o que o PPE lhe fizera.

O ministro dos Negócios Estrangeiros admitiu já ter sido notificado de decisão do PPE de o suspender das suas fileiras, tendo considerado a sua militância «incompatível» com o seu cargo no governo de Portugal, visto tratar-se de um governo socialista.

Freitas do Amaral anunciou que irá redigir uma carta ao PPE a explicar o porquê da sua escolha e que estará «disposto a ter uma conversa pessoal» com os seus dirigentes.

Freitas do Amaral afirmou que qualquer partido democrático deve permitir a defesa da pessoa envolvida antes de aplicar qualquer sanção à mesma, referindo que lhe vai «ser assegurado o direito de defesa».

O PPE «não é um partido, mas uma federação de partidos políticos», atestou Freitas do Amaral asseverando, ainda, que a sua filiação tem apenas um «significado simbólico». O MNE anunciou que «teria pena se o PPE, numa manifestação de intolerância quisesse controlar e condicionar as opções políticas de cada um».

O secretário-geral do PPE, António López-Istúriz, expôs ontem em Bruxelas que a suspensão de Freitas, inédita no partido, deve servir de exemplo: «a decisão é irreversível e mantém-se enquanto ele integrar um governo do PS», acrescentando que «o partido não aceita que alguém saia de dentro da família e integre um governo de uma outra, é uma questão de lógica política».

Hans-Gert Poettering, presidente do PPE disse estar «espantado» com a decisão de Freitas do Amaral, conquanto considere que o seu contributo possa ser positivo.

Uma vez que a decisão da suspensão da filiação de Freitas do Amaral no PPE foi temporária, é esperado que entre os dias 27 e 28 de Junho tal deliberação se torne definitiva e oficial.

A confirmar-se a decisão do PPE, esta lembrará a expulsão de Manuel Monteiro em 1993, embora por diferentes motivos (Manuel Monteiro foi expulso por ser considerado «anti-europeu», o que não é o caso, agora, com Freitas.).

Fontes: Lusa e JN

domingo, março 20, 2005

Durão Barroso concorda com a flexibilização do PEC

José Manuel Durão Barroso, actual presidente da Comissão Europeia, manifestou hoje, em entrevista à BBC, uma posição favorável em relação à modificação dos objectivos que norteiam a Plano de Estabilidade e Crescimento (PEC).

Aproveitando o dia em que os ministros das finanças da União Europeia (UE) se reúnem para discutir estratégias com vista à reabilitação desta convenção económica, Durão Barroso assumiu que “é preferível ter um pacto com maior flexibilidade que seja plenamente respeitado e credível por todos do que um pacto que é muito rígido, mas que não é verdadeiramente respeitado”.

O presidente da Comissão Europeia manifestou, ainda, o desejo de que as suas propostas, em sintonia com a Estratégia de Lisboa, sejam aprovadas pelos chefes de Estado e de Governo da UE, no sentido de atingir o mais rapidamente possível os objectivos definidos na cimeira da capital portuguesa em 2000.

Convém relembrar que a Estratégia de Lisboa pressupõe um compromisso de reforço de investimentos na procura de desenvolvimento, de reformas estruturais e na conclusão da abertura do mercado interno da União Europeia até 2010.

Os encontros entre os ministros das Finanças e os chefes de Estado e de Governo da UE decorrerão esta semana em Bruxelas, sendo de destacar a delegação portuguesa composta pelos estreantes Luís Campos e Cunha, ministro das finanças e José Sócrates, primeiro-ministro.

Fontes: Lusa e Público

quinta-feira, março 17, 2005

Milhares de portugueses afectados pela seca

A seca vista do espaço

A falta de chuva faz com que cerca de 60 por cento do país esteja em situação de seca extrema. A três meses do Verão, cerca de 5600 portugueses já estão com problemas de abastecimento de água, anunciou ontem um grupo de trabalho com entidades de quatro ministérios.

João Avilez, um dos coordenadores do Relatório Quinzenal de Acompanhamento da Seca elaborado pelo INAG afirmou que «a situação na última quinzena agravou-se nos concelhos onde as origens de água não têm capacidade de armazenamento inter anual», conquanto tenha asseverado à Lusa que os «abastecimentos públicos de água não estão em causa».

O abastecimento de água é usualmente feito a partir de pequenas albufeiras ou de captações em zonas onde não há aquíferos com grande capacidade, o que, numa situação de seca como a que se está a passar, facilita a falta de água.

«Em relação a 28 de Fevereiro verificou-se um aumento de cerca de 15 por cento de território afectado por seca extrema», anuncia o relatório divulgado hoje pelo INAG que analisa a situação até 15 de Março. É expresso, ainda, no mesmo documento que todo o litoral português salvo as zonas litorais do baixo Alentejo e do Barlavento Algarvio estão numa situação de «seca extrema».

O documento do INAG expõe que Vinhais (distrito de Bragança), Almeida, Celorico da Beira e Trancoso (Guarda), Sabugal e Mação (Castelo Branco), Mértola, Moimenta da Beira, Odemira e Mértola (Beja) e Sever do Vouga (Aveiro) são os concelhos com carências no abastecimento de água.

A situação de míngua de água fez com que fossem tomadas diligências, de forma a encontrarem-se alternativas e se iniciar campanhas de sensibilização. Estas medidas vêm de encontro ao Programa de Acompanhamento e Mitigação dos Efeitos da Seca de 2005, que aconselha a abertura de novos furos, a reactivação de captações de reserva, o abastecimento por auto-tanque e campanhas de sensibilização para a redução de consumos.

A agricultura é o sector mais afectado pela seca, sendo as culturas mais afectadas a do trigo, do triticale e da cevada, assim como os prados e as pastagens.

As zonas de abeberamento do gado, tais como riachos e poças que em anos de precipitação normal permitem ao gado a sobrevivência, estão igualmente a ficar, igualmente, comprometidas.

O relatório do INAG refere ainda que os caudais em 35 secções de avaliação distribuídas de norte a sul registam valores abaixo da média. O armazenamento de água nas albufeiras corresponde a cerca de 40 a 60 por cento da capacidade de armazenamento nas bacias hidrográficas dos rios Cavado, Ave, Douro, Vouga e Tejo, e entre os 60 e os 80 por cento para os rios Sado, Mondego, Guadiana e Mira.

As albufeiras das bacias hidrográficas dos rios Arade e Lima, com cerca de 15 e 30 por cento, respectivamente, são as que se encontram com algum “défice” no volume de água.

O relatório do Instituto da Água recomenda a adopção de medidas de poupança de água, «nomeadamente com a redução de consumos na rega das culturas e o cultivo de culturas menos consumidoras ou de ciclos curtos» nos sistemas públicos de regadio.

O mesmo estudo indica que para a segunda quinzena de Março deverá manter-se a ausência de precipitação, a diminuição dos caudais na rede hidrográfica, a manutenção da tendência para a descida do nível dos aquíferos e a diminuição do volume de água nas albufeiras.

A confirmar-se a situação de seca, a criação de um subsídio auxiliar por parte do Governo ou da União Europeia para as áreas afectadas seria uma decisão crucial e peremptória.

Fontes: Lusa e Público

terça-feira, março 15, 2005

China "estremece" relações com Taiwan

As relações políticas entre a China e Taiwan sofreram um forte abalo quando a China aprovou, ontem, uma lei que prevê o recurso a meios não pacíficos, caso a ilha avance com o projecto de independência.

A lei, aprovada pela Assembleia Nacional Popular (ANP), determina que o Estado tem legitimidade para proteger o território de forma menos pacífica caso as “forças separatistas” anulem as condições para a unificação.

Por outro lado, se se verificar essa unificação, a China assume o compromisso de dar a Taiwan aquilo a que chamou de um “largo grau de autonomia”.

O conflito entre os dois territórios teve início em 1949, ano em que os nacionalistas de Chang Kai Chek, perseguidos pelo Exército Popular de Libertação, se refugiaram em Taiwan. Actualmente, a ilha, com cerca de 23 milhões de habitantes, vive uma independência de facto.

Wen Jiabao, primeiro-ministro chinês, afirmou que não considerava esta lei uma “lei guerreira” nem que a mesma prejudique as trocas comerciais entre os dois lados. Já Taiwan encara esta decisão como um acto hostil que compromete a melhora das relações bilaterais.

Em Taipé, o ministro encarregado das relações com o continente, Joseph Wu, afirmou que esta legislação “é tão vaga que dá um cheque em branco ao Exército Popular de Libertação”, permitindo-lhe usar qualquer meio para anexar Taiwan. No entanto, a ilha não tem qualquer intenção de responder com um referendo ou lei.

Condoleezza Rice, secretária de Estado norte-americana, irá fazer uma visita oficial a Pequim, visto esta nova situação causar fortes tensões. Quanto ao primeiro-ministro japonês, Junichiro Koizumi, espera que esta decisão não acarrete efeitos negativos.
Fonte: Público, 15-03-05

sexta-feira, março 11, 2005

Atentados de 11 de Março em Madrid: um ano depois


O atentado de 11 de Março 2004 é hoje recordado, um pouco por todo o mundo. Espanha acordou mergulhada num luto e num silêncio apenas quebrado pelos sinos das 650 igrejas da região de Madrid, em memória das vítimas.

Há precisamente um ano atrás, nas estações ferroviárias espanholas de Atocha, El Pozo e Santa Engrácia, 192 pessoas perdiam a vida num atentado reivindicado pela Al-Qaeda, (que em tudo lembrou o 11 de Setembro nos Estados Unidos), deixando a Espanha e o resto do mundo num verdadeiro “estado de sítio”.

Hoje, 11 de Março de 2005, o panorama é, todavia, diferente: ao invés do som ensurdecedor das bombas ouvem-se apenas os murmurinhos e o choro de quem relembra entes perdidos, sejam eles familiares ou apenas concidadãos.

Numa das cerimónias de memória às vítimas, realizada na Puerta del Sol, a presidente da Comunidade de Madrid colocou uma coroa de loureiro como forma de agradecimento ao apoio prestado por todos os profissionais dos serviços públicos e cidadãos anónimos naquele dia de terror.

Ao meio-dia (11:00 em Lisboa), fizeram-se cinco minutos de silêncio, tendo sido, em simultâneo, inaugurado pelos Reis de Espanha, Juan Carlos e Dona Sofia, o Parque do Retiro: um monumento em memória das vítimas, com 192 árvores (o número de mortos). Na cerimónia estiveram também presentes os príncipes, o presidente do Governo, o líder do PP, Mariano Rajoy, entre outros chefes de Estado e numerosos dignatários.

Por toda a Espanha, bandeiras em sinal de pesar e bandeiras a meia haste nos edifícios oficiais marcam o dia de luto nacional.

O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, declarou, numa conferência que reúne vários especialistas e antigos chefes de Estado e de Governo para falar sobre terrorismo, que «o mundo chora as vítimas de Madrid». Annan afirmou, ainda, estar convicto de que a cimeira da ONU, prevista para Setembro, trará progressos na definição comum do terrorismo, sobre a base conseguida na Conferência de Madrid.

Uma nova "Conferência Mundial" sobre a Democracia e o Terrorismo será organizada em Nova Iorque, a 11 de Setembro de 2006, marcando os cinco anos sobre o atentado ao World Trade Center.

Fontes: JN, Lusa e El Pais

domingo, março 06, 2005

Retrato de Freitas do Amaral vai para a sede do PS


O CDS-PP, por intermédio do seu secretário-geral, Pedro Mota Soares, anunciou a intenção de retirar o retrato de Diogo Freitas do Amaral da sede do partido, no largo do Caldas.

A intenção dos democratas cristãos é enviar a moldura para a sede do Partido Socialista, no largo do Rato, respondendo desta forma à nomeação de Freitas do Amaral, fundador do CDS, como ministro dos Negócios Estrangeiros do Governo de José Sócrates.

Mota Soares justifica esta medida pelo facto de haver militantes descontentes com a postura política de Freitas do Amaral, não constituindo o agora ministro dos socialistas um exemplo para os mais jovens – “Temos muita juventude a aderir ao CDS e, no sábado (dia seguinte à apresentação do Governo), essa juventude perguntava porque é que temos na nossa sede o retrato de uma pessoa que frequentou comícios do Bloco de Esquerda e agora é ministro do PS”.

Apesar da postura discordante em relação a esta decisão de Freitas do Amaral, o secretário-geral do CDS não esquece que este teve um papel bastante importante numa determinada fase da vida do partido – “O professor Freitas do Amaral não deixa de ter um lugar na história do CDS, mas é importante que a política seja feita de forma genuína, com honestidade intelectual, sem hipocrisias”.

Mota Soares acrescenta que “milhares de portugueses sentiram-se desiludidos com o professor Freitas do Amaral por causa daquela lógica dá-me cá o teu apoio que eu dou-te o teu ministério”. Segundo este, o novo ministro dos Negócios Estrangeiros ficará mais aliviado, na medida em que "deixará de estar presente, ainda que em fotografia, na sede de um partido do qual ele não gosta".

Fonte: Lusa

sábado, março 05, 2005

«Chuva de tiros» no Iraque: jornalista italiana ferida por militares americanos após libertação



Jornalista italiana ferida esta noite por soldados norte-americanos nos arredores do aeroporto de Bagdad, pouco tempo depois da sua libertação.

A libertação de Sgrena foi anunciada, na tarde de ontem, pela Al-Jazira, após um mês de cativeiro no Iraque.

Aquando do incidente, Giuliana Sgrena viajava numa coluna de automóveis acompanhada de Nicola Ferita, chefe da equipa dos serviços secretos italianos, que utilizou o seu corpo como escudo para proteger a jornalista, acabando por ser atingido, morrendo de imediato.

A jornalista italiana afirmou que não circulavam «com muita velocidade em virtude das circunstâncias. O fogo continuava e o motorista nem chegou a conseguir explicar que éramos italianos».
O marido da corresondente, Pier Scolari, referiu que «os norte-americanos e os italianos tinham sido avisados sobre a passagem do automóvel. Já estavam [a comitiva de Giuliana] a 700 metros do aeroporto, o que quer dizer que já tinham passado todos os controlos», acrescentando que «todo o tiroteio foi seguido em directo pela presidência do Governo (italiano), que estava ao telefone com um dos membros dos serviços secretos, depois os militares norte-americanos confiscaram todos os telefones portáteis».

Ainda não houve qualquer tipo de esclarecimento para o sucedido, uma vez que, até ao momento, há uma única hipótese levantada - engano - conquanto Silvio Berlusconi tenha referido numa conferência que «espera ouvir explicações por parte dos Estados Unidos».

A correspondente italiana foi sequestrada há um mês à saída da universidade de Bagdad, quando fazia um trabalho sobre os refugiados de Falluja, o bastião sunita que em Novembro do passado ano foi alvo de uma operação em larga escala dos marines norte-americanos. Há duas semanas, os seus sequestradores divulgaram um vídeo em que a jornalista pedia a retirada das tropas italianas do Iraque.

Giuliana Sgrena chegou hoje às 09:53 locais (mesma hora de Lisboa) ao aeroporto de Roma-Ciampino, visivelmente cansada, vinda de Bagdad, sendo transportada lodo de seguida, de ambulância, para o hospital militar do Celio.

Como é referido no livro Crónicas de Guerra – da Crimeia a Dachau, de José Rodrigues dos Santos, os correspondentes de guerra são uma «estranha tribo. Vão para onde todos fogem, digladiam-se por um exclusivo, conhecem o rosto da morte, gostam de se considerar uma classe à parte».

Fontes: Lusa e Público

O “novo” governo de Portugal


José Sócrates revelou ontem o novo Governo de Portugal constituído em igual número por socialistas e independentes.

O anúncio feito pelo secretário-geral do PS e futuro primeiro-ministro, José Sócrates, ficou marcado por duas grandes surpresas. Por um lado, a presença de Freitas do Amaral no Governo, como ministro dos Negócios Estrangeiros e, por outro, a ausência de António Vitorino que trocou o poder pela advocacia.

Vitorino acabou por resistir às pressões do partido e de Mário Soares que o tinham como «peça fundamental» para o novo governo. Vitorino declarou no programa Diga Lá Excelência, nas vésperas da campanha eleitoral, não ter feitio para ser número dois. A decisão do ex-comissário europeu não o afasta, no entanto, de uma possível «corrida» para Belém, no caso de António Guterres não avançar.

Jaime Gama passa a ser a segunda figura da hierarquia do Estado, como presidente da Assembleia da República.

António Costa, figura enigmática do PS e importante durante a campanha, será o Ministro de Estado e da Administração Interna, tendo a seu cargo a reforma do Estado – na administração pública e na reorganização territorial.

Freitas do Amaral ficou com a pasta dos Negócios Estrangeiros, uma decisão tomada por Sócrates, apesar de alguns socialistas não acreditarem na «súbita aproximação» de Freitas do Amaral ao PS. O facto de Amaral ter concorrido em 1986 às presidenciais enfrentando Mário Soares estará na origem da «desconfiança».

Por seu lado, o centrista afirmou que «há momentos em que o país precisa do contributo especial de alguns para o bem comum de todos», acrescentando que «não estamos em altura de virar as costas ou de encolher os ombros, mas no momento exacto de dar a cara».

A quota de independentes do novo governo é paritária com a quota de militantes: oito ministros são independentes e oito militantes socialistas.

O futuro Governo integra, para além de Freitas do Amaral, Luís Campos e Cunha, presidente da Faculdade de Economia da Universidade Nova, ministro de Estado e das Finanças; Francisco Nunes Correia, presidente do Laboratório Nacional de Engenharia Civil, no Ambiente; Manuel Pinho, ex-administrador do grupo Espírito Santo, na Economia e Inovação (porta-voz do PS para a Economia desde que José Sócrates assumiu a liderança); Jaime Silva, conselheiro principal da representação portuguesa em Bruxelas, na Agricultura; Isabel Pires de Lima, catedrática de Literatura da Universidade de Letras do Porto, na Cultura (ex-militante do PCP, que rompeu com este partido numa discordância no início dos anos 90, é deputada independente pelo PS desde 1999); Maria de Lurdes Rodrigues, presidente do Conselho Científico do ISCTE, na Educação; Alberto Costa, advogado, (foi ministro da Administração Interna, num mandato polémico e interrompido após a sua célebre frase: "esta não é a minha polícia") na Justiça; Luís Amado, economista, («gamista», foi secretário de Estado nos governos de Guterres) na Defesa; Correia de Campos, advogado, doutorado em saúde pública e ex-consultor do Banco Mundial, (foi ministro da Saúde apenas por oito meses durante o segundo mandato de Guterres) na Saúde; Vieira da Silva (ex-braço direito de Ferro Rodrigues) no Trabalho e Segurança Social; Pedro Silva Pereira (foi braço-direito de Sócrates desde os tempos do Ministério do Ambiente) na Presidência; Mário Lino, ex-presidente da «holding» pública Águas de Portugal e do Conselho de Administração da IPE, (homem próximo de José Sócrates e reconhecido pela capacidade de gerir os recursos que tem para atingir os objectivos) nas Obras Públicas e Transportes; Mariano Gago (um dos ministros mais mediáticos e com melhor imagem dos governos de Guterres) nas Ciência, Tecnologia e Ensino Superior; Augusto Santos Silva, doutorado em Sociologia e professor da Universidade do Porto, (tutelou as pastas da Educação e da Cultura nos Executivos de António Guterres) nos Assuntos Parlamentares.

As contestações realizadas ao facto de o novo governo ser pequeno (em número de ministros) parece não importunar José Sócrates, que declarou que o novo governo «é pequeno, com 16 ministros, mas com pessoas muito preparadas e muito motivadas».

Fontes: Expresso, JN, Lusa e Público

quinta-feira, março 03, 2005

Ofensiva das tropas da ONU na República Democrática do Congo: mais de 50 rebeldes congoleses mortos


Missão das Nações Unidas da República Democrática do Congo (MONUC) eliminou, ontem, mais de 50 rebeldes numa ofensiva que teve como objectivo anular forças resistentes ao processo de paz.

A investida militar das forças da ONU em Ituri deu-se na sequência da morte de nove “capacetes azuis” e onze feridos, na passada quinta-feira, pelo grupo rebelde Frente Nacionalista e Integracionista (FNI).

O porta-voz das forças da ONU no Congo, coronel Dominique Demange, citado pela BBC Online, referiu que «morreram pelo menos 50 rebeldes durante a operação militar». Demange afirmou ainda que o ataque «combinou a intervenção de blindados com a utilização de um helicóptero de ataque».

Entrevistado pela Reuters, o chefe da comunidade lendu, Larry Batsi Thewi, afirmou que a MONUC estava «à procura de vingança, e lançou-se contra nós sem verificar exactamente quem é que matou os nove soldados do Bangladesh», mostrando aionda reprovação pela ofensiva - «o nosso povo foi atacado por terra, por carros blindados, e pelo ar. Foram lançadas bombas sobre áreas civis. Muitas pessoas morreram queimadas nas suas casas».

O assalto militar envolveu soldados sul-africanos e paquistaneses tendo ficado dois militares da MONUC feridos, anunciou o gabinete da ONU em Bunia.

As autoridades congolesas democráticas anunciaram a detenção do líder da FNI, Floribert Ndjabu, na passada terça-feira, numa clínica em Kinshasa por suspeita de envolvimento na emboscada.

Do mesmo modo, um antigo comandante militar da FNI e um dirigente das Forças de Resistência Patriótica de Ituri, ambos promovidos em Dezembro a generais do exército nacional, foram detidos, acabando por ficar em prisão domiciliária.

Na República Democrática do Congo, a ONU encontra-se representada por cerca de 16.000 soldados de 50 países com o intuito de assegurarem a transição até à realização de eleições, previstas para este ano.

Num país em que a fome e as doenças são a grande causa de morte os números poderão vir a aumentar, uma vez que como consequência da morte dos “capacetes azuis” a ONU anunciou que iria suspender a ajuda humanitária por falta de segurança.

Os confrontos armados opõem principalmente milícias das tribos hema e lendu, que lutam pelo controlo das terras ricas em recursos naturais.

O acordo de paz assinado em 2002 acabou por não ser cumprido porquanto se seguiram quatro anos de guerra civil, que acabaram por inverter a tentativa de acabar com o conflito, com a fome e com as variadas doenças, típicas de um país subdesenvolvido e com dificuldades a todos os níveis.

Fontes: JN, Lusa e Público

terça-feira, março 01, 2005

EUA: Supremo aboliu pena de morte para menores de 18 anos

O Supremo Tribunal norte-americano anunciou, hoje, a abolição da pena de morte nos Estados Unidos da América para os criminosos com menos de 18 anos. Esta prática, considerada por muitos uma prática inconstitucional, vigorava ainda em 19 estados do país.

A medida (obtida com 5 votos a favor, 4 contra), pode afectar cerca de 70 jovens que se encontram actualmente detidos por terem cometido crimes graves quando tinham 16 ou 17 anos. Além disso, tal resolução constitui uma segunda derrota judicial dos defensores da pena de morte, visto em 2002 se ter proibido a condenação à morte de pessoas com deficiências mentais.

Anthony Kennedy, porta-voz dos juízes do Supremo, salientou o facto da maioria dos estados norte-americanos não condenarem à morte jovens com menos de 18 anos, sendo que os restantes estados o fazem com menos frequência. Deste modo, e de acordo com o Supremo, a tendência aponta para a abolição definitiva da pena capital.

Para além dos EUA, a condenação à morte de menores é praticada em países como a Arábia Saudita, o Irão, a China e o Paquistão.

A "jaula" de Saddam

Segundo uma notícia publicada no jornal britânico “The Sun”, Saddam Hussein será julgado numa cela idêntica à utilizada no filme “O Silêncio dos Inocentes”, protagonizado por Anthony Hopkins.

O julgamento decorrerá na chamada zona verde de Bagdad, num dos antigos palácios do ex-líder iraquiano. O jornal sensacionalista inglês afirma ter já visitado a sala de audiências destinada ao julgamento.

No centro da sala estará, então, a ser construída uma cela de metal onde Saddam Hussein se irá sentar. Uma fonte não identificada garantiu ao jornal “The Sun” que se trata de uma cela extremamente segura. Resta salientar que este espaço está a ser construído por trabalhadores iraquianos, vigiados por soldados norte-americanos.

Saddam Hussein foi preso a 11 de Dezembro de 2003 perto de Tikrit, a sua terra natal, sendo acusado meses depois de genocídio e crimes de guerra.

domingo, fevereiro 27, 2005

Menezes reprova decisão do Conselho Nacional do PSD


O Conselho Nacional do PSD decidiu não alterar os estatutos do partido com vista à eleição do novo líder, marcada para o congresso dos dias 08, 09 e 10 de Abril em Pombal.

Este facto, fez com que um dos já assumidos candidatos à liderança, o autarca de Gaia Luís Filipe Menezes, se insurgisse contra esta deliberação considerando que “a decisão foi legítima e legal, mas politicamente errada”.

Menezes pretendia que a eleição do novo líder social-democrata se efectuasse a partir do voto directo dos militantes, numa clara tentativa de fazer regressar o PSD ás bases, intenção que não reúne muitos adeptos dentro do partido.

Para Menezes, esta situação contraria a postura de clareza e legitimidade que a eleição deveria ter, prejudicando a imagem do PSD. Neste sentido, o autarca de Gaia afirmou que umas das primeiras medidas que tomará, se for eleito presidente do PSD, será a de convocar um congresso extraordinário com o objectivo de alterar a regulamentação referente a esta matéria.

Em relação às consequências desta decisão, Menezes mostra-se bastante optimista, prevendo que esta situação pode reverter a favor da sua candidatura – “a que se afirmou defensora da imediata devolução da definição do rumo do partido aos militantes de base”.

Assumindo-se como renovador do PSD, Menezes garantiu que “esta foi a última vez que venceu o imobilismo e a tentação de condicionamento de um aparelho que não se quer renovar”, denotando uma grande confiança na possibilidade de vir a ser o novo líder do maior partido da oposição.

Fonte: Lusa

Ariel Sharon lança aviso a Mahmud Abbas


Autoridade Nacional Palestiniana (ANP) advertida, hoje, pelo primeiro-ministro israelita, Ariel Sharon, como consequência da violência que se tem gerado.

Na primeira reunião semanal do conselho de Ministros, desde a passada sexta-feira em que um palestiniano da Jihad Islâmica se fez explodir em frente a um clube de Telavive matando quatro israelitas, Sharon aconselhou a ANP a cessar a violência, uma vez que, a continuar, esta pode pôr em causa o processo de paz no Médio Oriente.

As vítimas mortais do atentado vão a sepultar hoje, numa cerimónia marcada por um forte contingente de agentes da polícia e das forças de segurança em nível de alerta. Todos os acessos para cidades israelitas vão estar sob forte vigilância, de modo a evitar qualquer atentado.

O primeiro-ministro israelita assegurou que o seu exército não realizará represálias nos territórios da Cisjordânia, nem na Faixa de Gaza, conquanto com uma condição: que o presidente palestiniano Mahmud Abbas «faça o que deve fazer». Por outras palavras, deve eliminar qualquer resistência existente nessas zonas contra a ocupação israelita.

Em resposta à declaração de Ariel Sharon, Mahmud Abbas ordenou aos chefes da segurança palestiniana a detenção dos cúmplices do suicida. Abbas afirmou que não queria «declarações», mas sim «factos», assumindo mesmo demitir os chefes da segurança palestiniana caso tal não sucedesse.

As negociações para a entrega ao governo palestiniano do controlo em cinco cidades autónomas da Cisjordânia, assim como retomar as operações contra os militantes da Jihad Islâmica foram suspensas pelo ministro da Defesa israelita, Shaul Mofaz, depois de uma consulta aos chefes dos organismos de segurança.

Israel não exclui um ataque contra a Síria, país que considera responsável pelo atentado em Telavive, afirmou o vice-ministro da Defesa, Zeev Boim.

Sharon declarou à rádio pública que Israel já actuou «no passado contra objectivos na Síria e se o presidente Bachar al Asad necessitar de um outro sinal, irá recebê-lo».

Para além dos quatro israelitas e do suicida mortos, 49 civis que se encontravam no local foram feridos e 34 deles ainda continuavam hospitalizados hoje de manhã.

Boim asseverou que o exército israelita continuará com «a execução selectiva» de milicianos da Jihad e de todas as facções palestinianas que não respeitem o cessar-fogo.

Após uma primeira fase em que a paz parecia estar a superar-se ao conflito armado, em que Israel e Palestina estavam a chegar a um entendimento, um novo atentado contra Israel veio pôr em causa todo o “trabalho” feito até então.

Fonte: Lusa

segunda-feira, fevereiro 21, 2005

Sócrates alcança a maioria absoluta para o PS


José Sócrates é o grande vencedor das eleições legislativas que ontem se realizaram no nosso país, garantindo uma maioria absoluta histórica para o Partido Socialista com 45,05 por cento dos votos (120 deputados com representação parlamentar).

O PSD obteve um dos piores resultados de que há memória, ficando-se pelos 28,69 por cento, correspondentes a 72 deputados.

A CDU consegue um resultado surpreendente, tornando-se a terceira força política em Portugal, com 7,57 por cento dos votos, garantindo 14 deputados na Assembleia da República.

No que se refere ao CDS\PP, é o quarto partido mais votado, não ultrapassando os 7,26 por cento (12 deputados).

O Bloco de Esquerda obtém um resultado bastante positivo, relativamente aos objectivos a que se propôs, na medida em que reforça a sua participação no Parlamento. A noite eleitoral conduziu o BE aos 6,3 por cento dos votos que, automaticamente, garantem oito deputados com assento parlamentar.

Torna-se claro que o país atribuiu um voto de confiança à esquerda, castigando o governo de centro-direita PSD\PP pela situação económica e social do país.

Fonte: Lusa

sábado, fevereiro 19, 2005

Bush de visita à Europa


George W. Bush inicia visita ao continente Europeu com o intuito de findar as tensões entre Estados Unidos e Europa originadas pela guerra no Iraque.

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, inicia este domingo a sua visita à Europa estando já marcadas, para terça-feira, duas cimeiras em Bruxelas. Pela manhã, Bush irá reunir-se com os chefes de Estado e Governo dos países membros da NATO, enquanto que durante a tarde encontrar-se-á com os líderes da União Europeia.

Bush seguirá, de seguida, para a Alemanha e Eslováquia onde se encontrará com o presidente da Rússia, Vladimir Poutine, em Bratislava.

O presidente norte-americano e o presidente francês, Jacques Chirac, terão um jantar, na segunda-feira, que simbolizará o suprimir das divergências entre ambos os países relativamente à guerra no Iraque, uma vez que a França foi um dos países que mais se opôs ao conflito armado.

Na terça-feira, Bush será o convidado de honra do presidente da Comissão Europeia, José Durão Barroso, para um “jantar informal”, que contará também com a presença do presidente em exercício da União Europeia, Jean-Claude Juncker, e o chefe da diplomacia europeia Javier Solana.

George W. Bush referiu, na passada terça-feira, que o seu “primeiro objectivo é de lembrar aos americanos e europeus que o relacionamento transatlântico é muito importante para a nossa segurança mútua e para a paz, que por vezes temos diferenças mas que não diferimos sobre os valores”.

À semelhança de Bush, também Durão Barroso afirmou, na sexta-feira passada, que “a América precisa da Europa e a Europa da América e trabalhando juntos podemos criar um mundo melhor”.

Os europeus irão tentar “melhorar o clima” entre a Europa e os Estados Unidos, mostrando que a União Europeia é um “bloco unido” e “tentar o apoio” de Washington em casos concretos como a resolução da questão nuclear do Irão, referiu fonte diplomática.

O relançamento do processo de paz no Médio Oriente, assim como a aproximação sobre o processo democrático no Iraque serão temas que estarão na ordem do dia, no encontro entre norte-americanos e europeus.

Fonte: Lusa

sexta-feira, fevereiro 18, 2005

Chissano critica actuação portuguesa em África durante a colonização


Comemoração dos 31 anos da Universidade do Minho marcada por críticas do ex-presidente da República de Moçambique, Joaquim Chissano, a Portugal pelas “atrocidades cometidas ao povo africano”.

A Universidade do Minho atribuiu, ontem, o grau honoris causa em Ciências Políticas e Relações Internacionais a Joaquim Chissano.

O ex-presidente de Moçambique fez um discurso crítico em que referiu que "até hoje, ainda não se prestou uma verdadeira homenagem aos povos africanos, pela contribuição que deram para a acumulação do capital, e ainda não foram apresentadas desculpas oficiais pelas atrocidades cometidas".

Chissano mencionou ainda que "o impacto de relações económicas desvantajosas, em África, fez-se inicialmente sentir com o tráfico de escravos, já praticado pelos árabes e, mais tarde, pelos europeus" e que "o impacto deste negócio ignóbil afectou mais de 50 milhões de pessoas".

Na cerimónia de ontem, também estiveram presentes, o ex-chefe de Estado português, Mário Soares, padrinho apresentante do homenageado e o actual presidente da República, Jorge Sampaio.

Apesar das críticas tecidas por Joaquim Chissano, não houve qualquer reacção por parte dos presentes, tendo Jorge Sampaio abordado temas mais positivos da relação entre os dois países.

Durante a cerimónia, os elogios ao ex-chefe de Estado Moçambicano não tardaram, tendo Jorge Sampaio encorajado Joaquim Chissano a continuar a luta pelo povo. Do mesmo modo, uma comitiva de ilustres presentes lembrou ainda a fuga de Chissano à PIDE em 1961, na qual se misturou com a multidão do arraial de S. João bracarense.

Jorge Sampaio avivou a luta de Joaquim Chissano pela paz, liberdade e democracia, assim como a manutenção das relações entre os dois países (Moçambique e Portugal).

O ex-chefe de Estado de Moçambique asseverou que "para nós, esta universidade tem um significado especial na medida em que a sua formação teve os alicerces no corpo de professores e dirigentes universitários que estiveram ligados à então Universidade de Lourenço Marques, hoje Universidade Eduardo Mondlane”

Fonte: JN

Ameaça de bomba em Marco de Canaveses

Ameaça de bomba em centro de saúde e escola EB 2,3 põe concelho de Marco de Canaveses em “estado de alerta”.

Durante a manhã de ontem, o centro de saúde da freguesia de Feira Nova, concelho de Marco de Canaveses, foi evacuado e isolado devido a uma ameaça de bomba.

O alerta foi dado aquando de uma chamada anónima para o local, tendo sido chamadas de imediato a Guarda Nacional Republicana (GNR) e a equipa de Minas e Armadilhas, que acabaram por não encontrar qualquer engenho.

Hoje, sexta-feira, pelas 13 horas na escola EB 2,3 de Alpendorada e Matos, freguesia de Marco de Canaveses, uma nova chamada anónima fez com que todas as instalações fossem evacuadas, tendo sido chamadas para o local as mesmas “equipas” – GNR e Minas e Armadilhas.

Aquando da publicação da notícia, as equipas no local ainda não tinham encontrado qualquer tipo de engenho explosivo.

Ao que tudo indica, tudo não passou de uma brincadeira de um anónimo, do qual ainda nada se sabe, não havendo quaisquer pistas.

Os telefonemas anónimos fizeram com que se gerasse o pânico e insegurança nos locais afectados, levando ao encerramento e isolamento de ambos os edifícios.

Fontes: GNR local

quinta-feira, fevereiro 17, 2005

Alegados membros da ETA planeavam atentado em Valência


Agentes do Corpo Nacional da Polícia Espanhola detiveram, hoje de manhã, em Valência, dois presumíveis membros da ETA que planeavam cometer um atentado antes do referendo sobre a Constituição Europeia marcado para Domingo.

Os alegados membros da ETA, Mikel Orbezogo e Sara Bajaena, foram detidos na posse de uma bomba-lapa que pretendiam fazer explodir em Valência, no decorrer da semana.

Mikel Orbezogo foi detido numa rua perto da pensão onde passou a noite, enquanto que Sara Bajaena foi interceptada no quarto da mesma pensão.

A polícia encontrou, para além da bomba-lapa (utilizada para colocar por baixo dos automóveis, por exemplo), 350 gramas de massa de explosivo para elaborar outro artefacto similar, duas pistolas, 25 cartuchos de dinamite Titadyne, muita documentação falsa e ainda uma lista com nomes de políticos, empresários e juízes.

Os detidos “faziam parte de um comando terrorista da ETA que ia cometer vários atentados”, afirmou o Ministério do Interior.

As detenções deram-se após um ‘primeiro encontro’ dos agentes de informação com dois indivíduos suspeitos que se encontravam nas proximidades de Valência. Aquando da tentativa de identificação, um deles puxou de uma arma e começou a disparar contra os polícias, acabando, ambos, Mikel e Sara, por fugir.

Logo depois do tiroteiro e consequente fuga, a polícia conseguiu localizar a pensão onde estavam hospedados os dois alegados membros da ETA, dando-se, aí, as detenções.

Fontes: El Mundo e El País

sexta-feira, fevereiro 11, 2005

Negociações paradas entre Estados Unidos e Coreia do Norte


Estados Unidos rejeitam qualquer tipo de negociações bilaterais com Coreia do Norte enquanto esta não parar com o seu programa nuclear.

O porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan referiu que «não se trata de um assunto entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos. Trata-se de uma questão regional com consequências para todos os seus vizinhos». Acrescentou ainda que «há muitas ocasiões, no contexto das negociações a seis, que permitem à Coreia do Norte dirigir-se directamente a nós. E já houve muitas dessas ocasiões».

O representante da Coreia do Norte nas Nações Unidas, Han Sung Ryol, declarou hoje a um jornal sul-coreano que só haverão negociações se houverem “condições adequadas”. O diplomata anunciou que «se os Estados Unidos aceitarem um diálogo directo connosco vamos interpretá-lo como um sinal de que estão a alterar a sua política hostil».

Setembro do ano passado foi o mês marcado para a quarta ronda de negociações multipartidas em Pequim, conquanto a Coreia do Norte tenha rejeitado voltar a negociar com os Estados Unidos enquanto estes continuassem com declarações hostis.

Coreia do Norte e Estados Unidos precisam conversar «cara a cara», como refere o diplomata norte-coreano, e afirma que caso essas conversações não sucedam, tal atitude será interpretada como «um não reconhecimento» do regime comunista.

Entretanto, a Rússia já apareceu em defesa do formato multipartido nas negociações sobre a crise nuclear na península coreana.

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, afirmou hoje que «não vão criar-se novos mecanismos que excluam a Coreia do Norte das negociações, embora possa haver contactos bilaterais».

A Coreia do Norte declarou na passada quinta-feira possuir armas nucleares, embora estas se destinem a uma eventual invasão dos Estados Unidos. Assegurou ainda que se retira das conversações a seis (Coreia do Norte, Coreia do Sul, a Rússia, os Estados Unidos, a China e o Japão.

O ministro russo asseverou que «as negociações a seis são as mais adequadas para resolver os problemas relacionados com a não proliferação de armas nucleares, a segurança e a economia». Os contactos bilaterais entre os seis países que participam nas negociações nunca foram interrompidos ao longo das quatro rondas de negociações, iniciadas em Agosto de 2003.

A Rússia, embora tenha sido um dos principais aliados da Coreia do Norte até à presidência de Boris Ieltsin, mantém uma postura crítica relativamente ao regime de Kim Jong II. Por outro lado, contesta as pressões diplomáticas exercidas pelos Estados Unidos desde a chegada de George W. Bush à presidência.

Como resposta ao anúncio da passada quinta-feira feito pela Coreia do Norte, os seus parceiros comerciais declararam que tudo não passou de uma táctica, que já vem sendo habitual nos norte-coreanos, apenas com o intuito de abalar os Estados Unidos e fortalecer a sua posição nas negociações.

Pyongyang defende uma solução que passe pela conclusão de um acordo bilateral de não agressão que garanta a segurança e a sobrevivência do regime comunista.

Bill Clinton, antigo presidente dos Estados Unidos realizou um acordo semelhante em 1994, no qual a Coreia do Norte congelava todas as suas actividades nucleares em troca de petróleo e de ajuda alimentar.

A administração Bush nomeou o acordo realizado por Clinton de «fracasso», visto ter sido violado aquando do desenvolvimento do programa de enriquecimento de urânio pelo regime comunista da Coreia do Norte.


Fontes: JN e Lusa

Zapatero e Chirac discutem Constituição Europeia


Primeiro-ministro espanhol, José Luís Rodriquez Zapatero, convida presidente francês, Jacques Chirac, chanceler alemão, Gerhard Schroeder, e primeiro-ministro italiano, Sílvio Berlusconi, a participarem hoje em reunião pública sobre a aprovação da Constituição Europeia.

Este encontro deve-se ao facto de a Espanha ser o primeiro país a efectuar um referendo para aprovar o texto fundamental europeu, que decorrerá a 20 de Fevereiro.

O encontro entre os líderes políticos decorre em Barcelona durante o dia de hoje. Sílvio Berlusconi e Gerhard Schroeder não estarão presentes, devido a uma gripe que os obrigou a cancelar as suas viagens.

A realização da reunião nada tem a ver com os actos políticos e concentrações convocados pelos partidos por causa da consulta.

Uma sondagem oficial do Centro de Investigações Sociológicas espanhol refere que 51,2 por cento dos eleitores votarão a favor da Constituição Europeia no referendo de 20 de Fevereiro.
Os resultados da sondagem mostram um aumento de quase 10 pontos percentuais em relação aos últimos dados divulgados pelo mesmo organismo em Dezembro passado.

As estimativas indicam que, em França, 60 por cento dos eleitores votarão favoravelmente ao texto. Todavia, alguns especialistas afirmam que o apoio ao «sim» tem vindo a decrescer, devido à rejeição maioritária da eventual entrada da Turquia na União Europeia (UE) e a preocupações sociais.

Segundo fontes da presidência francesa, Jacques Chirac utilizará a seu favor argumentos relacionados com o progresso democrático e dinamismo económico europeu e o avanço decisivo que implicará para a presença internacional da EU.

Os dois dirigentes, após a reunião no Palácio de Congressos da Catalunha, terão um jantar de carácter privado onde analisarão não só a Constituição Europeia, mas também questões relacionadas com a Europa e com temas internacionais como a situação no Iraque e Médio Oriente.

Fontes: Expresso e El País

quinta-feira, fevereiro 10, 2005

ETA volta a atacar

A organização terrorista ETA fez deflagrar, ontem em Madrid, um carro-bomba nas imediações dos pavilhões do Recinto Ferial Juan Carlos I, o parque de exposições da cidade. Horas depois do atentado seria aí inaugurada mais uma edição da Feira de Arte Contemporânea, ARCO. Trata-se já do quarto atentado da ETA este ano, o qual provocou 43 feridos ligeiros, danos nas fachadas dos edifícios situados perto do local e ainda a destruição de 7 automóveis.

Em visita à Polónia, o presidente do governo espanhol, Luís Zapatero, reagiu ao sucedido declarando que “as bombas só levam à prisão”, garantindo ainda a toda a sociedade espanhola que “o futuro do País Basco no conjunto de Espanha será construído apesar deles.”

Tudo teve inicio quando o diário “Gara”, de San Sebastian, recebeu um telefonema a anunciar a hora e o local da explosão do carro armadilhado. De imediato, a polícia espanhola cercou o local estabelecendo uma barreira de segurança.

No entanto, a localização descrita no telefonema não correspondia à localização correcta e a bomba explodiu cinco minutos antes do previsto. Eram 9h30 quando os trabalhadores de algumas empresas, situadas no Largo Don Juan e a 500m do parque de exposições, foram surpreendidos com os estilhaços dos vidros partidos.

19 dos 43 feridos foram assistidos no local enquanto que os restantes 24 foram levados para vários centros hospitalares da cidade. Ao final da tarde de ontem, todos os feridos tiveram alta.

Independentemente do atentado, os reis de Espanha e o presidente do México não deixaram de fazer a visita oficial de abertura da ARCO, agendada para o final do dia.
Fonte: Público

segunda-feira, fevereiro 07, 2005

Assaltantes conseguem escapar à polícia suíça

Três assaltantes entram no consulado espanhol em Berna, ao que tudo indica, para tentarem assaltar o cofre e fogem antes de a polícia chegar ao local.

Peter Theilkas, porta-voz da polícia em Berna, declarou aos jornalistas que os assaltantes, de identidade desconhecida, terão saído do consulado poucos minutos depois de terem entrado e ferido um segurança.

Os assaltantes terão abandonado o edifício após ter sido dado um alerta a uma patrulha local por um dos funcionários do consulado que conseguiu escapar.

A polícia manteve o edifício cercado durante sete horas, acreditando que os assaltantes ainda se encontravam no seu interior.

Forças de elite suíças entraram no consulado uma hora depois de terem dado um ultimato para que os “invasores” saíssem.

A tentativa de assalto ao consulado espanhol ficou marcada por várias contradições. Enquanto que as autoridades espanholas referiam que a situação estava resolvida e que os funcionários estavam bem, as autoridades suíças desmentiam essa informação, afirmando que os assaltantes estavam dentro do consulado, conquanto não soubessem se havia ou não mais reféns no interior.

O consulado esteve cercado desde as 8 horas locais (07:00 em Lisboa) até cerca das 15 horas locais, aquando do regresso à normalidade.

Fontes: JN e Lusa

Abbas e Sharon visitam Casa Branca na Primavera

Condoleezza Rice, secretária de Estado americana, anunciou hoje a ida de Ariel Sharon, primeiro-ministro israelita, e Mahmoud Abbas, Presidente da Autoridade Palestiniana, à Casa Branca. O encontro com George W. Bush irá realizar-se na Primavera, ainda que com datas diferentes para ambos os líderes.

A secretária de Estado Americana anunciou que fez «os convites recomendados pelo Presidente George W. Bush ao primeiro-ministro Sharon e ao Presidente Abbas para um encontro na Primavera e eles aceitaram».

«Trata-se de dois convites distintos», referiu um responsável americano sem precisar a data das visitas.

A realizar-se, será a primeira deslocação de um presidente da Autoridade Palestiniana à Casa Branca desde a chegada de Bush ao poder.

Ariel Sharon visitou pela última vez os Estados Unidos em Abril passado, sendo a nona vez desde que tomou posse como primeiro-ministro em Março de 2001.

Condoleezza Rice, após um encontro com Mahmoud Abbas em Ramallah, referiu que pretende ajudar os palestinianos na área da segurança, através da nomeação de um coordenador especial.

Já no aeroporto da capital israelita, Rice assegurou que a cimeira de Charm el-Sheikh, entre Abbas e Sharon, «vai ser um sucesso».

A realização de ambos os encontros e consequentes desenvolvimentos serão importantes para uma possível paz entre israelitas e palestinianos.

Fontes: Público e Lusa

Santana ao ataque em Castelo Branco

No comício que marcou o arranque oficial da campanha eleitoral do PSD, com vista ás eleições legislativas de 20 de Fevereiro, Pedro Santana Lopes criticou ferozmente o Partido Socialista e o seu ex-líder António Guterres.

Sabendo que o comício do PS se realizava à mesma hora na cidade, com a participação de António Guterres, Santana não perdeu a oportunidade de alertar os presentes em relação ao governo que José Sócrates propõe para o país, no seu entender, “o governo de Guterres sem Guterres”.

Diante de uma multidão que enchia o pavilhão municipal de Castelo Branco, Santana afirmou que o que está em causa nestas eleições é a escolha entre os sociais-democratas e “aqueles que fugiram em 2001”, numa referência clara em relação ao último governo socialista chefiado por António Guterres e do qual José Sócrates fez parte.

Num discurso voltado para o eleitorado centrista, que pode vir a revelar-se decisivo no escrutínio, Santana apelou ao voto – "Quero pedir a quem votou em nós em 2002 que utilize o sentido de justiça e que pense que é justo que volte a votar em nós, agora que fizemos a parte mais difícil".

Na cidade que viu nascer José Sócrates, Santana reiterou algumas das promessas eleitorais, como a redução do peso do Estado na administração pública e a baixa do IRC (imposto sobre as empresas), denotando uma clara satisfação pela recepção de que foi alvo.

Fonte: Lusa

sábado, fevereiro 05, 2005

CNE: NÃO à abstenção

A Comissão Nacional de Eleições (CNE) lança amanhã uma campanha nacional que visa combater a abstenção nas eleições de 20 de Fevereiro. Para que as taxas de abstenção não sejam elevadas, esta iniciativa tem como objectivo incitar as pessoas a votarem dia 20.

Fátima Abrantes Mendes (CNE) declarou à Lusa que, apesar de já terem sido feitos apelos, a luta contra a abstenção começa amanhã, visto se tratar do dia oficial do início da campanha eleitoral.

Este projecto engloba acções como “spots” publicitários em rádios e jornais, tanto nacionais como regionais, cartazes espalhados pelas associações do Conselho Nacional da Juventude (CNJ) e ainda mensagens de apelo ao voto em todas as caixas Multibanco.

Quanto ao dia das eleições, e pela primeira vez em Portugal, os eleitores terão a possibilidade, caso queiram, de fazer reclamações. Para isso, estarão espalhadas pelas mesas de voto 14 mil folhetos de reclamações.

De acordo com as declarações de Fátima Mendes, esta campanha terá custos a rondar os 340 mil euros.
Fonte: Público

sexta-feira, fevereiro 04, 2005

Debate “pouco expressivo”

Debate televisivo entre líderes do PS e PSD, José Sócrates e Santana Lopes, respectivamente, mostrou-se pouco agressivo, tendo-se centrado, na sua maioria, na polémica em torno dos boatos da campanha eleitoral.

O novo modelo de debate adoptado acabou por não permitir que José Sócrates e Santana Lopes discutissem de forma mais “aberta” as questões políticas, visto que nenhum deles pôde interromper o seu adversário.

O debate foi moderado pelos jornalistas Ricardo Costa, Maria Flor Pedroso, José Gomes Ferreira e Rodrigo Guedes de Carvalho e foi transmitido em simultâneo na Dois e na Sic.

José Sócrates focou, particularmente, os três anos de governação PSD/CDS, enquanto que Santana Lopes vincou a sua imagem de “lutador”, que não se deixa derrotar, fazendo alusão à «fuga de António Guterres»

Aquando da pergunta da jornalista Maria Flor Pedroso acerca dos boatos da campanha eleitoral, José Sócrates, em tom um pouco exaltado, afirmou tratarem-se de «alusões absolutamente brejeiras», de «boatos mentirosos», e considerou-os mesmo como sendo «uma página negra na vida do PSD».

Santana Lopes reafirmou o que já tinha declarado nos meios de comunicação social. O líder social-democrata assegurou não ter feito qualquer tipo de insinuações quanto à vida privada de Sócrates, mesmo porque, segundo o mesmo, a vida privada não deve contar para voto.

O líder do PSD acusou Sócrates de «estar a ser levado ao colo por alguns sectores da sociedade».

Ambos os líderes se comprometeram a não aumentar os impostos, conquanto José Sócrates tenha também afirmado não os baixar. Pelo contrário, Santana Lopes referiu que, uma vez que as contas públicas começaram a ficar equilibradas, poderá haver uma descida do IRC.

O secretário-geral do PS prosseguiu, recordando que Durão Barroso tinha prometido um choque fiscal e não cumpriu. José Sócrates co-responsabilizou Santana Lopes por esse incumprimento.

José Sócrates reafirmou as suas intenções no que diz respeito à pobreza, anunciando que irá atribuir uma prestação complementar às pensões dos idosos com rendimento inferior a 300 euros mensais, acrescentando que não podem pedir «a um socialista para virar a cara para o lado quando existe pobreza».

Santana Lopes confrontou Sócrates, dizendo que a convergência das pensões mais baixas com o salário mínimo prossegue a bom ritmo.

Ambos os líderes não excluíram a possibilidade do levantamento do sigilo bancário, embora tenham divergido no que diz respeito à despenalização do aborto, os casamentos e adopções por casais homossexuais, a eutanásia e a clonagem.

José Sócrates confirmou a realização de um referendo sobre o aborto, dentro dos mesmos moldes do de 1998, caso vença as eleições.

Santana Lopes definiu a questão dos casamentos homossexuais, da eutanásia e da clonagem como temas da agenda política, o que levou Sócrates a declarar que «esses não são os temas da agenda política». Santana Lopes retorquiu, dizendo que «estes temas estão na agenda política em Espanha, nos Estados Unidos e na maioria dos países europeus».

No que se refere a propostas políticas não houve grandes surpresas. José Sócrates referiu a sua intenção de recuperar 150 mil empregos na próxima legislatura e pediu explicações a Santana Lopes relativamente à perda do mesmo número de postos de trabalho nos últimos três anos.

O líder social-democrata respondeu, explicando que o maior nível de desemprego se deu durante a governação de António Guterres.

José Sócrates pediu, mais uma vez, a maioria absoluta aos portugueses, afirmando que esta «não é para ter mais poder ou para desprezar as oposições», mas para dar a Portugal um governo para quatro anos.
Santana Lopes acusou o PS de ter a mesma equipa de governo de António Guterres, argumentando que «a equipa do PS é a mesma que agora quer voltar depois das contas públicas estarem mais em ordem» e acrescentou anunciando que «esta oratória do PS no sentido da maioria absoluta é para levar a que não se diga com quem é que se coliga».

O líder do PSD não se expressou quanto ao «limiar mínimo» para se manter na liderança do partido, em caso de derrota eleitoral.

No final do debate e como declaração final, Sócrates disse querer «transmitir aos portugueses energia, uma ambição. Estou aqui porque acredito em Portugal e nos portugueses».

Santana Lopes, pelo contrário, deixou no ar um voto de confiança: «contem comigo. Eu atrevo-me também a dizer que conto convosco».

Fonte: Expresso