Askar Akayev, presidente do Quirguistão, demitiu-se, tendo abandonado, posteriormente, o país como consequência da tomada da sede do governo em Bishkek por manifestantes da oposição.
A oposição quirguize, após um mês de manifestações, tomou o poder e anunciou a intenção de anular as últimas eleições legislativas e de convocar novas eleições.
Félix Kulov, dirigente da oposição libertado hoje da prisão por manifestantes da oposição, negou à imprensa ter comunicado a demissão de Akayev.
Um outro dirigente, Kurmanbek Bakiev, asseverou na televisão que Akayev não só se demitira do seu cargo como também abandonara o país.
As agências russas Interfax e Itar-Tass noticiaram, simultaneamente, a fuga de Akayev para a Rússia ou para o Cazaquistão, república vizinha onde terão também chegado os familiares de Akayev.
Segundo fontes quirguizes, Akayev abandonou a sede do governo, pouco tempo antes da entrada dos manifestantes, seguindo para uma reunião com o chefe da missão da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) na sua residência, fora da capital.
Durante a manifestação, os ministros da Segurança e da Defesa foram sequestrados.
As forças militares e policiais que estavam no edifício abandonaram o local, recusando qualquer resistência aos manifestantes. Os elementos da oposição que entraram no edifício começaram a lançar retratos do presidente pelas janelas, assim como pequenas peças de mobília e pastas com documentos.
A situação vivida em Bishkek foi caracterizada pelos jornalistas presentes como sendo «muito tensa»: enquanto que numa das varandas do segundo andar do edifício um manifestante agitava uma bandeira do Quirguistão, na praça em frente, estavam concentrados cerca de 10 mil manifestantes.
Numa situação como a que se viveu hoje no Quirguistão, qualquer tentativa de “desactivação” dos movimentos da oposição por parte do governo poderia “inflamar” ainda mais a situação.
Fontes: Expresso, Lusa e JN
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