domingo, setembro 24, 2006

Vida de Jornalista

Caso do "Envelope 9" conta já com dois acusados.

Citando o Expresso:


"Só os jornalistas que denunciaram o caso do "Envelope 9" terão de responder em tribunal.
Ultrapassou os
oito meses fixados na lei como prazo para os inquéritos e acabou com dois únicos acusados: os jornalistas que denunciaram que "Até os telefonemas de Sampaio foram investigados no processo Casa Pia".
Souto de Moura conseguiu fechar o caso do "Envelope 9" antes de deixar o cargo de procurador-geral da República. Uma tarefa que lhe era exigida há muito pelo poder político.
O PGR explica, em comunicado, que os ficheiros em causa "foram confiados a dois advogados de arguidos do processo, que deles fizeram cópias em suporte informático, sendo que um deles a cedeu ao seu constituinte". Mas nada mais adianta sobre esses factos e nenhum advogado ou arguido do processo Casa Pia chegou a ser constituído arguido no inquérito do "Envelope 9".
A notícia saiu a 13 de Janeiro e no mesmo dia começaram as investigações. Apesar do pedido de celeridade feito pelo então Presidente da República Jorge Sampaio, só quatro meses depois o PGR explicou ao país qual o crime em causa: "Não é um crime de imprensa ou cometido através da imprensa, mas um crime de acesso indevido a dados pessoais", disse em declarações exclusivas ao EXPRESSO (ver relacionados). E é só por esse crime que os jornalistas vão responder em tribunal.
Os funcionários da Portugal Telecom (PT), que enviaram para o processo mais informação do que lhes foi pedida, saem ilibados porque o crime prescreveu. É que os factos remontam a Junho de 2003.
A Procuradoria explica também, em comunicado, que "não foram recolhidos indícios da prática de crime ou de qualquer responsabilidade disciplinar imputável a magistrado, oficial de justiça ou funcionário da PJ".

O que aconteceu afinal?

Os procuradores que investigavam o processo Casa Pia pediram à Portugal Telecom a facturação detalhada do telefone fixo de Paulo Pedroso, então arguido (mais tarde ilibado). Mas os técnicos da empresa enviaram, em resposta, uma disquete que além dos registos telefónicos do político socialista continha também a facturação de todos os telefones fixos do cliente Estado – dado que Pedroso era deputado e tinha sido ministro.
Acresce que esses registos estavam tapados por um filtro e não eram visíveis imediatamente, por isso terão passado despercebidos aos investigadores.
Quando o inquérito terminou, a disquete foi incluída no "Envelope 9" no meio das centenas de volumes do processo. O segredo de Justiça acabara, entretanto, e o processo ficou acessível aos advogados, em Dezembro de 2003.
Cerca de dois anos depois surge a notícia do "24 Horas". O primeiro impacto foi de confusão e chegou a falar-se em escutas às mais altas figuras do Estado. Aos poucos o mistério foi-se desvendando, mas só agora tudo é oficial.
De acordo com o actual comunicado do PGR, os ficheiros que a PT enviou ao processo só tinham números, sem qualquer identificação dos titulares dos telefones, nem ao local onde estavam instalados.
Por isso, foi ilegal o trabalho dos jornalistas de descobrir os nomes de quem fez e recebeu as chamadas – ou seja "a conversão de uma base de dados que era apenas numérica numa base de dados nominativa. Aqui reside o crime", como explicou Souto de Moura ao EXPRESSO, em Maio. Nessa mesma entrevista, o procurador-geral garantia que para provar esse crime era essencial abrir os computadores dos jornalistas, que tinham sido apreendidos meses antes nas buscas à redacção do "24 Horas". Mas a perícia foi travada, a pedido dos arguidos, pelo Tribunal da Relação de Lisboa.
Mesmo assim a decisão foi acusar. E vão ser os juízes a avaliar se as provas recolhidas são suficientes para condenar.
O crime de acesso indevido a dados pessoais é punido com prisão até dois anos ou multa até 240 dias."

sexta-feira, setembro 22, 2006

Hugo Chavez fala de Bush



Entrevista da TIME ao presidente venezuelano, Hugo Chavez.

A não perder!

quinta-feira, setembro 21, 2006

Hugo Chavez e o "diabo" Bush



Hugo Chavez denominou, esta tarde, na Assembleia Geral da ONU, Bush de "diabo": "O diabo esteve ontem aqui". O presidente venezuelano expressou, ainda, aludindo a um livro de Noam Chomsky, que "Ele [Bush] esteve aqui [lá, na conferência] como se fosse o dono do mundo".

quarta-feira, setembro 20, 2006

Entrevista com o Presidente do Irão




A revista Time apresenta um bom trabalho digital, no seu site. Trata-se de uma apresentação que mescla fotografias de Mahmoud Ahmadinejad com frases proferidas pelo mesmo no decorrer de uma entrevista.

A propósito, agradeço ao Luiz Carvalho por ter publicado no seu blog o link para este trabalho.

Breves


Pinto Monteiro sucede a Souto de Moura na procuradoria-geral da República.

A decisão saiu da reunião, ocorrida hoje no palácio de Belém, entre Cavaco Silva e José Sócrates. O juiz conselheiro, Fernando José Pinto Monteiro, irá tomar posse no próximo dia 9 de Outubro.


Furacão Gordon atinge esta noite o arquipélago dos Açores.

O fenómeno natural irá passar nos Açores e irá reflectir-se em ventos que podem atingir os 170 Km hora e ondas de 12 metros. O Gordon aumentou para a categoria 2 (categoria que tem como limite máximo o 5) mas irá dissipar-se após a sua passagem pelos Açores, não tendo qualquer influência em Portugal continental.
Durante o dia de amanhã, o Gordon deixará de ser um furacão e passará a tempestade tropical.



O golpe de estado levado a cabo, hoje, na Tailândia contra o primeiro-ministro, Thaksin Shinawatra, não provocou confrontos de rua, afirmou o embaixador português no país, ao JN.

O estado de emergência foi decretado por Shinawatra a partir de Nova Iorque, local onde se encontra no âmbito da Assembleia Geral da ONU.
Os revoltosos querem que o poder legislativo passe para o rei Adulyadej.



Crise interna na RTP [parte 2]

O Jornal de Notícias tem, na sua edição on-line, as razões que terão levado à demissão de Carlos Daniel, subdirector de informação da RTP.

Segundo afirma o mesmo meio de comunicação, Carlos Daniel demitiu-se devido a divergências com a Direcção de Informação. O JN utiliza uma fonte da televisão pública que terá relatado o sucedido à Agência Lusa.

Ao que tudo indica o fundamento do problema prende-se com "divergências com a Direcção de Informação, mas não com o conselho de administração". A RTP já confirmou, durante o dia de hoje, a decisão da Direcção de Informação, isto é, a aceitação do pedido de demissão. As restantes demissões - nomeadamente a dos subeditores de Sociedade, Hélder Silva, e de Política, Economia e Internacional, Sandra Sá Couto, dos coordenadores do Jornal da Tarde Duarte Valente e Sandra Sousa, e do coordenador de Desporto, Manuel Fernandes Silva -, foram formuladas como forma de apoio a Carlos Daniel.

Quanto a João Fernando Ramos, coordenador do "Jornal da Tarde", o seu lugar encontra-se, desde hoje e segundo afirmou o próprio, à disposição.

A alteração da proposta que o subdirector apresentou à Direcção de Informação de reenquadramento profissional dos jornalistas da RTP no Porto terá sido outro dos motivos da decisão. "No âmbito da assinatura do novo Acordo de Empresa, Carlos Daniel fez os reenquadramentos dos jornalistas do Porto, mas a versão final não correspondia à sua proposta", explicitou a fonte à Lusa. Por outro lado, o jornalista expressou o seu desagrado pelo facto de ter sido "comunicado a destempo [da] sua não recondução nos relatos dos jogos de futebol da selecção nacional".

terça-feira, setembro 19, 2006

Crise interna na RTP



Acabo de ler o Público on-line e a única coisa que me ocorre é citar o próprio jornal:

"Sudirector Carlos Daniel deixa funções
Responsáveis editoriais da RTP-Porto apresentam demissão
19.09.2006 - 18h49 PÚBLICO


O subdirector de Informação da RTP no Porto, Carlos Daniel, e seis outros responsáveis editoriais da redacção da estação pública naquela cidade demitiram-se das suas funções.

Demitiram-se de funções Sandra Sousa e Duarte Valente (coordenadores do Jornal da Tarde, que é feito no Porto). João Fernando Ramos, também coordenador daquele jornal, pôs o seu lugar à disposição.

O subeditor de sociedade, Hélder Silva, e a subeditora de política internacional, Sandra Sá Couto, também se demitiram das funções de chefia. Posição idêntica foi assumida por Manuel Fernandes Silva, coordenador da secção de desporto.

Nem Carlos Daniel nem a direcção de informação da RTP quiseram explicar ao PÚBLICO as razões desta atitude dos responsáveis editoriais do Porto.

A RTP disse apenas que "a direcção de informação aceitou hoje o pedido de demissão do subdirector de Informação Carlos Daniel"."

Resta saber se o seucedido estará relacionado com algo semelhante ao que aconteceu, há bem pouco tempo, com José Rodrigues dos Santos - na altura director de informação, aquando da nomeação do correspondente da RTP em Madrid.

segunda-feira, setembro 18, 2006

Politiquices...

Gostaria de falar de dois aspectos curiosos, ambos de diferente maneira e em temáticas distintas, com que me cruzei hoje durante a habitual leitura on-line:

O primeiro prende-se com o desfile de moda de Cibeles, em Espanha, e na sua organização que decidiu, hoje, numa iniciativa integrada no combate à abolimia e à anorexia, proibir todas as modelos demasiadamente magras de desfilar. Os organizadores do evento abordam o facto de os modelos serem, em todo o mundo, seguidos pelos jovens que, a médio prazo, acabam por querer alcançar, a todo o custo, as formas que vislumbram na televisão, revistas, jornais, e em tudo o que é meio de comunicação. Os testes são feitos através de um cálculo que junta a altura e o peso da pessoa, de forma a encontrar a quantidade de massa corporal. A iniciativa é inédita, conquanto tenha recebido elogios rasgados de várias personalidades, inclusivé o de Zapatero.

O segundo diz respeito a algo que, a mim, me preocupa: o novo Estatuto do Jornalista. Pelo que li consegui perceber, embora a custo - devido ao carácter surreal da proposta, que os jornalistas vão estar [ainda mais] limitados no exercício da sua profissão. O sindicato lançou um apelo na tentativa de alterar a proposta de lei
que diz que "os jornalistas não se podem opor a modificações formais introduzidas nas suas obras pelos seus superiores hierárquicos". O mesmo documento pressupõe que a entidade proprietária do meio de comunicação em que o jornalista trabalha, bem como do eventual grupo económico que esta integra, "o direito à livre utilização, em todo e qualquer órgão de informação pertencente à empresa ou ao grupo, de obras destinadas ao meio a que o jornalista pertence". É caso para dizer: precisaremos mesmo dos jornalistas? A meu ver parece-me uma profissão perfeitamente dispensável. Basta contratar alguém que escreva bem, quem sabe um dos administradores do grupo, da empresa, sei lá... Seria, com toda a certeza, uma boa medida, principalmente em termos económicos. Permitiria lucros maiores para os altos cargos, hierarquicamente falando, que deixariam de se preocupar com os encargos, com as reuniões para "controlo positivo". Em termos gerais, o que é escrito a seu respeito. É bom! Com esta medida teremos um jornalismo imparcial, sem incongruências e de grande qualidade. Não é por isso que se tem lutado?

segunda-feira, setembro 11, 2006

Ground Zero




O local onde estavam situadas as torres gémeas.

O dia que mudou o mundo

Há cinco anos foi assim...



domingo, setembro 10, 2006

Shumacher e Alonso. Que futuro?

Schumacher venceu o seu último grande prémio de Monza, como aliás o próprio afirmou na habitual conferência de imprensa pós corrida, e fez o anúncio que o mundo do automobilismo esperava, há já alguns dias: vai abandonar no final da corrente época, aos 37 anos, a Fórmula 1.
Quanto ao seu futuro, as hipóteses poderão passar [quem sabe] pela mesma fórmula 1. Não seria a primeira vez que um ex-piloto tomava conta de uma equipa enquanto director técnico. Todavia, o piloto alemão nada adiantou relativamente a esse facto.

Com a vitória de hoje, Schumacher fica a dois curtíssimos pontos do, ainda, líder do campeonato, Fernando Alonso. O espanhol não tem tido a melhor das sortes de há umas corridas para cá, fruto sabe-se lá do quê

Apesar de ser um simpatizante de Alonso (admito!), custa-me a crer naquilo que tenho visto nas ...últimas corridas. Normal é, pelo menos para aqueles que financiam as equipas - os patrocinadores -, que não queiram deixar sair o número 1 da sua equipa. Da mesma forma, e apesar de se tratar de apenas uma opinião pessoal, Alonso tinha que anunciar (está nos regulamentos), com um ano de antecedência, as suas intenções futuras. O que se verificou foi que o piloto preferiu um ordenado melhor e a sua transferência, na próxima época, para a equipa Mclaren. Desde o anúncio, nada foi igual.

De um momento para o outro, e sem grandes motivos, a Renault, equipa que estava praticamente imbatível nas primeiras corridas do mundial, começa o seu declínio e, consequentemente, também os seus pilotos. A somar a tudo isto, também algumas penalizações ao piloto espanhol, como foi o caso da de ontem por, supostamente, ter dificultado a passagem de Filipe Massa.

Schumacher não tem, de todo, que provar nada a ninguém. É sem sombra de dúvida o melhor piloto de todos os tempos da Fórmula 1 e, nos próximos anos [longos, crê-se] continuará a sê-lo. Bateu todos os recordes que tinha para bater e que eram possíveis de alcançar e de ultrapassar. Está, depois da vitória de hoje, prestes a vencer pela oitava vez o campeonato do mundo. Ao que se consegue, para já, prever irá sair pela "porta grande", isto é, campeão do mundo.

Por seu lado, Fernando Alonso, que ainda tem muito para mostrar e dar ao mundo do automobilismo afirmou, em declarações ao jornal espanhol El Mundo, que "a Fórmula 1 não é um desporto". Sou tentado a admitir, por muito que confie na FIA e nos organismos responsáveis, que temos uma espécie de "apito dourado", mas em versão automóvel: "escape dourado".
É pena, caso seja verdade e embora saiba que a existir nunca tomaremos conhecimento, que se penalize um piloto com tanto talento e qualidade por questões meramente económicas e comerciais.

Mas não são afinal estes os critérios de governabilidade do mundo?

segunda-feira, setembro 04, 2006

O novo "Rei dos ares"



O novo Airbus A380 efectuou, hoje, o seu primeiro vôo experimental. O aparelho levantou do aeroporto de Toulouse levando a bordo funcionários da empresa que se voluntariaram para dar um parecer relativo à comodidade, entre outros aspectos do aparelho.

A Airbus irá realizar mais alguns testes, igualmente com funcionários, em viagens que atingirão as 14 horas.
De salientar que a fabricante aérea tem já algumas encomendas, nomeadamente das transportadoras mais fortes do mercado. O novo "jumbo", com dois andares, quatro potentíssimos motores Rolls Royce e muito luxo - dependendo da classe em que se viaja - promete oferecer momentos de verdadeiro prazer a bordo.

Quem matou o jornal?



Aqui está um artigo, interessante, sobre a pseudo morte - ou quem sabe, a morte na prática - do jornal, impresso, que todos os dias pegamos, mesmo que seja só para ler algumas manchetes...
O artigo é do The Economist e data de 24 de Agosto.