Missão das Nações Unidas da República Democrática do Congo (MONUC) eliminou, ontem, mais de 50 rebeldes numa ofensiva que teve como objectivo anular forças resistentes ao processo de paz.
A investida militar das forças da ONU em Ituri deu-se na sequência da morte de nove “capacetes azuis” e onze feridos, na passada quinta-feira, pelo grupo rebelde Frente Nacionalista e Integracionista (FNI).
O porta-voz das forças da ONU no Congo, coronel Dominique Demange, citado pela BBC Online, referiu que «morreram pelo menos 50 rebeldes durante a operação militar». Demange afirmou ainda que o ataque «combinou a intervenção de blindados com a utilização de um helicóptero de ataque».
Entrevistado pela Reuters, o chefe da comunidade lendu, Larry Batsi Thewi, afirmou que a MONUC estava «à procura de vingança, e lançou-se contra nós sem verificar exactamente quem é que matou os nove soldados do Bangladesh», mostrando aionda reprovação pela ofensiva - «o nosso povo foi atacado por terra, por carros blindados, e pelo ar. Foram lançadas bombas sobre áreas civis. Muitas pessoas morreram queimadas nas suas casas».
O assalto militar envolveu soldados sul-africanos e paquistaneses tendo ficado dois militares da MONUC feridos, anunciou o gabinete da ONU em Bunia.
As autoridades congolesas democráticas anunciaram a detenção do líder da FNI, Floribert Ndjabu, na passada terça-feira, numa clínica em Kinshasa por suspeita de envolvimento na emboscada.
Do mesmo modo, um antigo comandante militar da FNI e um dirigente das Forças de Resistência Patriótica de Ituri, ambos promovidos em Dezembro a generais do exército nacional, foram detidos, acabando por ficar em prisão domiciliária.
Na República Democrática do Congo, a ONU encontra-se representada por cerca de 16.000 soldados de 50 países com o intuito de assegurarem a transição até à realização de eleições, previstas para este ano.
Num país em que a fome e as doenças são a grande causa de morte os números poderão vir a aumentar, uma vez que como consequência da morte dos “capacetes azuis” a ONU anunciou que iria suspender a ajuda humanitária por falta de segurança.
Os confrontos armados opõem principalmente milícias das tribos hema e lendu, que lutam pelo controlo das terras ricas em recursos naturais.
O acordo de paz assinado em 2002 acabou por não ser cumprido porquanto se seguiram quatro anos de guerra civil, que acabaram por inverter a tentativa de acabar com o conflito, com a fome e com as variadas doenças, típicas de um país subdesenvolvido e com dificuldades a todos os níveis.
Fontes: JN, Lusa e Público
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