quinta-feira, maio 05, 2005

Marques Mendes veta recandidatura de Valentim Loureiro


Marques Mendes vetou, ontem, a recandidatura de Valentim Loureiro à Câmara de Gondomar, na reunião da Comissão Política Nacional do PSD.

O envolvimento de Valentim Loureiro no caso “Apito Dourado”, terá levado o líder do PSD a invocar falta de confiança política relativamente ao autarca de Gondomar.

Valentim Loureiro declarou, ontem, não ter nada a falar sobre a sua recandidatura com o líder do seu partido: «Não tenho nenhum problema para lhe colocar», tendo deixado para hoje, numa entrevista na RTP, o anúncio do seu futuro político.

Marcelo Rebelo de Sousa já teceu comentários à direcção do PSD, na televisão pública. O professor advogou que após o afastamento de Isaltino Morais, investigado pelo caso das contas na Suíça, o líder do PSD «Não tem margem de recuo» no que diz respeito às recandidaturas do major e da Isabel Damasceno, autarca de Leiria, igualmente arguida do processo "Apito Dourado".

Em resposta às declarações de Marcelo Rebelo de Sousa, Valentim Loureiro declarou que «Tudo o que ele [professor] diz deve ser ponderado», conquanto «há muitas coisas» sobres as quais Marcelo «não tem um conhecimento aprofundado».

Marques Mendes tomou a decisão de vetar a recandidatura de Valentim Loureiro na noite em que a concelhia de Gondomar ratificou em plenário a candidatura do major, que conta, também, com o apoio da Comisão Política Distrital do Porto, presidida por Marco António Costa.

Valentim Loureiro, segundo fontes próximas, pretende continuar a dirigir os destinos da Câmara de Gondomar, independentemente do apoio da direcção nacional do PSD.

A cofirmar-se a decisão do PSD há a possibilidade de Valentim Loureiro, à semelhança de Isaltino Morais, em Oeiras, optar por uma candidatura independente.

Fontes: DN e JN

Tony Blair poderá alcançar vitória histórica


Tony Blair é apontado como o vencedor das legislativas de hoje na Grã-Bretanha.

As sondagens dão uma vitória a Tony Blair com cerca de 45% dos votos, em 44,2 milhões de eleitores. O ainda primeiro-ministro deverá, ao que tudo indica, conseguir o terceiro mandato consecutivo dos trabalhistas. A Coral, uma das principais bolsas de apostas londrinas afirma que «Uma derrota dos trabalhistas será a maior surpresa da História».

Michael Howard, líder dos conservadores, «não terá grandes hipóteses de vir a ser o próximo chefe do governo», referem alguns estudos de opinião publicados hoje de manhã. Os mesmos estudos mantêm uma vantagem dos trabalhistas com margens de 3 a 6 pontos percentuais em relação aos conservadores e de 13 a 16 face aos liberais democratas de Charles kennedy.

Blair negou, ontem, em resposta às afirmações de que entregaria o poder a Gordon Brown, actual ministro das finanças, querer ser um primeiro-ministro a prazo. No último dia de campanha, Blair pediu ainda aos eleitores que não o «castigassem pela guerra do Iraque», mas que tivessem em conta a saúde da economia. «Evidentemente, há um desacordo sobre o Iraque», reiterou o chefe de Governo. «Mas se as pessoas optarem por um voto de protesto, não são as coisas contra às quais elas protestam que vão mudar se um Governo conservador chegar ao poder», acrescentou.

Tony Blair, na mesma conferência de imprensa, última antes das eleições, referiu o êxito do seu Governo nas áreas da Economia, da Saúde, da Educação e das Reformas. O chefe de Governo declarou aos presentes que «Se defendem uma economia forte, votem por ela; se defendem o serviço de saúde público, votem por ele; se defendem as escolas, votem por elas; se defendem o apoio aos reformados, votem por eles».

Gordon Brown, em consonância com o primeiro-ministro, escreveu no jornal "The Guardian" que «Punindo o Partido Trabalhista, punem as pessoas que mais necessitam dele», acautelando ainda os eleitores: «Rejeitar um Governo progressista com base num desacordo profundo sobre um só tema - o Iraque - poderá conduzir à ascensão de um Governo reaccionário hostil à justiça social e económica». Por volta das 22h00 (mesma hora em Lisboa) encerram as assembleias de voto e serão apresentadas as primeiras sondagens à boca das urnas.

A dúvida persiste, relativamente à expressão numérica do partido trabalhista nos 646 deputados do parlamento, até ao final da noite. A possibilidade de uma elevada abstenção é outra das dúvidas, uma vez que em 2001 apenas 59,4 % dos eleitores votou.

Fontes: JN e Lusa