domingo, fevereiro 27, 2005

Ariel Sharon lança aviso a Mahmud Abbas


Autoridade Nacional Palestiniana (ANP) advertida, hoje, pelo primeiro-ministro israelita, Ariel Sharon, como consequência da violência que se tem gerado.

Na primeira reunião semanal do conselho de Ministros, desde a passada sexta-feira em que um palestiniano da Jihad Islâmica se fez explodir em frente a um clube de Telavive matando quatro israelitas, Sharon aconselhou a ANP a cessar a violência, uma vez que, a continuar, esta pode pôr em causa o processo de paz no Médio Oriente.

As vítimas mortais do atentado vão a sepultar hoje, numa cerimónia marcada por um forte contingente de agentes da polícia e das forças de segurança em nível de alerta. Todos os acessos para cidades israelitas vão estar sob forte vigilância, de modo a evitar qualquer atentado.

O primeiro-ministro israelita assegurou que o seu exército não realizará represálias nos territórios da Cisjordânia, nem na Faixa de Gaza, conquanto com uma condição: que o presidente palestiniano Mahmud Abbas «faça o que deve fazer». Por outras palavras, deve eliminar qualquer resistência existente nessas zonas contra a ocupação israelita.

Em resposta à declaração de Ariel Sharon, Mahmud Abbas ordenou aos chefes da segurança palestiniana a detenção dos cúmplices do suicida. Abbas afirmou que não queria «declarações», mas sim «factos», assumindo mesmo demitir os chefes da segurança palestiniana caso tal não sucedesse.

As negociações para a entrega ao governo palestiniano do controlo em cinco cidades autónomas da Cisjordânia, assim como retomar as operações contra os militantes da Jihad Islâmica foram suspensas pelo ministro da Defesa israelita, Shaul Mofaz, depois de uma consulta aos chefes dos organismos de segurança.

Israel não exclui um ataque contra a Síria, país que considera responsável pelo atentado em Telavive, afirmou o vice-ministro da Defesa, Zeev Boim.

Sharon declarou à rádio pública que Israel já actuou «no passado contra objectivos na Síria e se o presidente Bachar al Asad necessitar de um outro sinal, irá recebê-lo».

Para além dos quatro israelitas e do suicida mortos, 49 civis que se encontravam no local foram feridos e 34 deles ainda continuavam hospitalizados hoje de manhã.

Boim asseverou que o exército israelita continuará com «a execução selectiva» de milicianos da Jihad e de todas as facções palestinianas que não respeitem o cessar-fogo.

Após uma primeira fase em que a paz parecia estar a superar-se ao conflito armado, em que Israel e Palestina estavam a chegar a um entendimento, um novo atentado contra Israel veio pôr em causa todo o “trabalho” feito até então.

Fonte: Lusa

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