segunda-feira, novembro 15, 2004

Um congresso para unir o partido


O XXVI Congresso do PSD, que decorreu no passado fim-de-semana em Barcelos, ficou marcado pelo total apoio dos militantes em relação à moção de estratégia apresentada pelo actual líder, o primeiro-ministro Pedro Santana Lopes.

Como é sabido, desde a partida de Durão Barroso para Bruxelas, levantaram-se algumas questões em relação à legitimidade de Santana Lopes para governar o partido e, por arrastamento, o país. Vozes internas e externas aos sociais-democratas tentaram de forma constante enfraquecer a posição de Santana, pelo que este congresso era absolutamente necessário, no sentido de esclarecer definitivamente a hierarquia do partido.

Duarte Lima, um dos mais influentes militantes do PSD, concorda com a estratégia de Santana Lopes em realizar o congresso nesta data. Segundo ele, o primeiro-ministro necessitava de esgotar rapidamente o argumento da legitimidade, de modo a desvitalizar os seus mais proeminentes críticos – “esse argumentário deixa de ter qualquer sentido a partir de agora”. Assim, Santana conseguiu os seus intuitos, saiu de Barcelos de cabeça erguida auferindo do estatuto de líder de pleno direito e aclamado pela maioria dos presentes no congresso.

Em jeito de balanço, há que realçar o facto de Santana Lopes ter lançado para a mesa o “dossier” Cavaco Silva, isto é, o tema das presidenciais. O primeiro-ministro assumiu o apoio a uma eventual candidatura de Cavaco à presidência da república, situação que surpreendeu os presentes em Barcelos.

Duarte Lima, valida inteiramente a abordagem de Santana em relação a esta temática – “a questão presidencial (…) é proposta em termos prudentes e sensatos”. O comentador defende que o partido não pode ignorar o tema das presidenciais. Este assunto faz parte integrante da política estratégica do partido, pelo que Santana demonstrou um apurado “jogo de cintura” ao avançar o nome de Cavaco Silva para Belém.

Fonte “Expresso”

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