Manuel Maria Carrilho e Francisco Assis confirmados, ontem, como candidatos à presidência das autarquias de Lisboa e Porto, respectivamente.
José Sócrates indicou à direcção socialista os nomes de Carrilho e Assis para as câmaras de Lisboa e Porto, respectivamente, tendo a mesma direcção aprovado. Jorge Coelho, coordenador da Comissão Permanente do PS, confirmou os nomes de Maria Carrilho e Francisco Assis asseverando que tal decisão teve o apoio das respectivas concelhias.
Coelho admitiu a possibilidade de o PS fazer coligações à esquerda, nomeadamente com o Bloco de Esquerda (BE) e o Partido Comunista Português (PCP). O coordenador da Comissão Permanente do PS anunciou que o partido irá concorrer «preferencialmente sozinho», embora tenha deixado explícito também que, em Lisboa, o «BE teve mais votos do que o PCP» e que «o PS tem a ambição de ganhar as câmaras de Lisboa e Porto».
Após o anúncio de Coelho as reacções não se fizeram esperar, tendo havido sinais de descontentamento em Lisboa e de resignação no Porto, o que pode pôr em causa as coligações pretendidas para ambos os concelhos.
Contrariamente ao facto de as concelhias do Porto e Lisboa terem defendido outros candidatos, sendo em Lisboa o preferido Ferro Rodrigues ou até mesmo Jorge Coelho e no Porto Nuno Cardoso, Coelho referiu que Carrilho é «um excelente candidato e o melhor ministro da Cultura desde o 25 de Abril» e Assis é «o melhor candidato que o PS tem para ser presidente da Câmara do Porto».
«A nossa posição é conhecida», relembrou Raul de Brito, um dirigente muito próximo de Nuno Cardoso, acrescentando que «Cardoso já deu o apoio a Assis» e, portanto, participará na campanha.
Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, manifestou o seu interesse no esclarecimento e decisão final rápida relativamente ao tema da coligação por parte do PS: «nós não colocamos o Partido Socialista entre a espada e a parede, em termos de calendário», embora devido à «necessidade de afirmação do nosso projecto CDU, tendo em conta as dinâmicas de constituição das listas, dos contactos, todo um trabalho que é necessário realizar, penso que urge uma resposta do Partido Socialista».
Jorge Coelho revelou ainda que o PS já tem 80% dos candidatos e que, na próxima quarta-feira, a comissão autárquica analisará ainda outros casos, excepto o de Matosinhos, uma vez que o PS não aceita Palmira Macedo como candidata a esta autarquia. Ricardo Fonseca, um administrador da APDL próximo de Narciso é apontado como possível candidato por Matosinhos, conquanto Sócrates deseje uma «figura com visibilidade».
O PS/Porto apresentará, no dia 10, os candidatos ao interior do distrito em Marco de Canaveses.