quinta-feira, dezembro 16, 2004

PSD e CDS/PP com acordo pós-eleitoral



Os líderes do PSD e CDS/PP, Santana Lopes e Paulo Portas, respectivamente, assinaram ontem no hotel Ritz, em Lisboa, um acordo de coligação pós-eleitoral. Santana Lopes e Paulo Portas fizeram uma declaração conjunta, na qual divulgaram as suas intenções relativamente ao futuro dos dois partidos, nomeadamente às eleições antecipadas que se realizarão a 20 de Fevereiro do próximo ano.

Nas últimas duas semanas, a dúvida existente quanto ao facto de haver ou não um acordo de coligação pré-eleitoral entre PSD e CDS/PP tornou-se não só tema de interesse por parte dos media, como também de crítica por parte da Esquerda.

Os dois líderes confirmaram que o PSD e o CDS/PP concorrem em listas próprias às legislativas, acrescentando que os dois partidos “garantirão a formação de uma maioria estável e de uma solução de governo nela apoiada”.

Santana Lopes anunciou que PSD e CDS/PP “não serão adversários”, mas sim “concorrentes”. O líder democrata lembrou ainda as eleições de 2002, em que PSD e CDS/PP se apresentaram separados, mas alcançaram uma maioria suficiente para formar governo. Prossegue dizendo que “faz sentido continuar esse projecto”.

Paulo Portas mostrou-se concordante com Santana Lopes salientando a importância da “união” entre os dois partidos, no sentido de “darem a Portugal uma solução de governo coerente e estável”. O líder do CDS/PP referiu-se ainda às notícias que davam conta de uma suposta negociação do número de deputados para cada partido, no caso de a Direita sair vencedora. Declarou que “os deputados não são dados, são conquistados, não são emprestados, são merecidos”.

Em caso de derrota nas eleições legislativas, ambos os partidos comprometem-se a não fazer acordos com quaisquer outros partidos.

À Esquerda

Os partidos da Esquerda criticaram o acordo do PSD com o CDS/PP e advertiram que os portugueses não vão esquecer que ambos os partidos estiveram juntos no governo.

José Sócrates, secretário-geral do PS, disse não se tratar “de um casamento, mas de uma união de facto”, afirmando que “apesar de irem separados às eleições, estão juntos na prática”. “A estratégia não engana ninguém”, concluiu Sócrates.

Para o PCP e o seu secretário-geral, Jerónimo de Sousa, “juntos ou separados”, PSD e CDS/PP “vão ser derrotados”

O Bloco de Esquerda através de Francisco Louçã apelidou esta situação de “Carnaval”, e acrescentou que “se não existissem estes ministros (Santana e Portas) era preciso inventá-los”.

No caso de ser a Esquerda a vencer as próximas eleições legislativas e na ausência de maioria, a existência de um possível acordo pós-eleitoral não é rejeitada.

Fontes: Agência Lusa, JN e Público

1 comentário:

danielvieiradasilva disse...

É realmente engraçado ver alguém a divorciar-se mas a prometer novo casamento. Esta decisão conjunta apenas e só favorece o Partido Popular, visto que o descrédito a que o governo foi submetido arratou consigo um nome de referência, Pedro santana Lopes e os portugueses não o vão esquecer, deixando assim alguma margem de manobra ao líder do CDS/PP para poder alcançar alguns votos. Esperemos até Fevereiro para ver... Continuem com o Blog