segunda-feira, junho 26, 2017

A importância do Chief Happiness Officer



Há muito que as grandes empresas que dominam o globo e respectivos sectores de actividade em que actuam, trabalham, investigam - e investem! - numa área que para elas é essencial: o comprometimento e dedicação dos Colaboradores.

Parece um lugar comum, mas todas querem ter os melhores Colaboradores, comprometidos, satisfeitos e, consequentemente, mais produtivos. Esta é, sem dúvida, a descoberta do santo Graal para as empresas! Não descorando, obviamente, a estratégia de negócio, essencial para a sobrevivência de todos e da própria companhia.

Há muito (algum tempo depois da invenção da roda) que se percebeu que a situação financeira do Colaborador - o salário - representava o oxigénio necessário para a sua felicidade e dedicação. Se a isto se juntasse o seguro de saúde, ajudas na educação dos filhos, formação e alguns outros, mas não menos importantes, extras tudo melhorava. Os estudos comprovam isso mesmo: a maioria dos trabalhadores que tem estes benefícios trabalha mais e melhor. As empresas que concedem estes benefícios alcançam melhores resultados e conseguem atrair melhores profissionais. Mas isto não basta!

O dinheiro não compra felicidade, mas ajuda. Já ouviu esta expressão? Claro que sim! A felicidade ganha cada vez mais relevo na estrutura das empresas, daí que faça sentido a existência de alguém que se dedique a esta temática, tão importante como qualquer outra para uma empresa: o Chief Happiness Officer.

Um estudo publicado recentemente pela JLL mostra que os Colaboradores dos nossos dias dão valor a três categorias-chave: compromisso, capacitação e cumprimento. Estamos a falar de mais de sete mil Colaboradores inquiridos, oriundos de 12 países, em que 87% consideraram ser essencial ter alguém que pensasse e se dedicasse ao seu bem-estar no local de trabalho. Deste grupo, quase 70% afirmaram que a felicidade no trabalho é o factor mais importante.

O que isto nos diz - e é importante fazer-se esta leitura - é que pensar os Colaboradores como números só prejudica o negócio. Invertam a equação e vejam o que é que é preciso adicionar para que os Colaboradores contribuam mais e melhor para o desenvolvimento da empresa. Não chega olhar apenas para as receitas e para os lucros ou pensar num investimento nos Colaboradores como sendo um custo.

terça-feira, setembro 20, 2016

A minha teoria

Imagine que eu era um Empresário...
Se eu fosse Empresário garantiria - e isso é algo inquestionável (porque eu o digo!) - salários elevados para todos os meus trabalhadores, com todos os direitos legais e ainda bónus pelo seu desempenho. Trabalhariam apenas as horas necessárias - idealmente poucas porque seriam extremamente eficientes e eficazes - e aproveitariam o tempo restante para passarem com a família, amigos, a jogar futebol ou, simplesmente, a beberem umas cervejas.

Ao ser empresário, iria criar imensos empregos, auxiliando assim o meu país no controlo do desemprego que atinge tanta gente. E, sinceramente, em teoria não percebo como é que ou outros Doutores das Teorias (como eu) ainda não conseguiram resolver este problema cuja resolução é sobejamente conhecida: é só criar emprego, fazendo cair a taxa de desemprego! Dahhhh...

Voltando ao campo dos salários e dos prémios, os meus trabalhadores seriam aumentados independentemente do desempenho da empresa porque é importante dar poder de compra às pessoas para que ponham a circular, depois, esse dinheiro na economia real e, assim, o país ande para frente.

Pronto! Teoricamente estaria tudo resolvido. Depois bastava que outros empresários, também em teoria, reproduzissem o meu modelo de sucesso. Tenho apenas uma dúvida que me atazana o raciocínio e, consequentemente, a minha teoria: será que isto funciona na prática?

A verdade é que nunca fui empresário; nunca criei emprego; nunca passei da teoria à prática, o que me leva a concluir que, se calhar e ao contrário do que projectam muitos dos nossos teóricos, convém ter (alguma, pelo menos) experiência prática e não passar o dia agarrado à teoria como se de uma chupeta se tratasse. E os Políticos, aspirantes, revolucionários, contra-revolucionários ou outros...

É apenas a minha teoria, mas sei lá!

domingo, setembro 11, 2016

Acaba-se já com tudo?

Contarem-se vítimas mortais - ainda que militares - durante um curso é de evitar, da mesma forma que em qualquer outro curso ou profissão. É preciso não esquecer, todavia, que se tratavam de militares que, em teoria, são treinados (e vão!) para zonas de conflito onde, ainda em teoria, há armas e pessoas dispostas a matar e a morrer.

Não vale a pena perder-se tempo ou críticas a discutir o valor da vida porque esse é incalculável e inalienável. Mas vale a pena analisar-se, é o mínimo!, que mesmo que Portugal não esteja directamente envolvido num conflito armado há décadas, deve ter forças especiais. E porquê? O outro senhor dizia que a guerra se prepara em tempo de paz. Já para não falar no facto de o nosso país ser parte integrante de forças de segurança internacionais que participam em missões um pouco por todo o mundo, missões essas com as quais se pode ou não concordar.

O que é que não se compreende? Que um partido político como o Bloco de Esquerda peça, de imediato e sem saber o que provocou a morte dos militares, o fim dos Comandos. Não é o fim deste ou daquele curso em particular, mas da força em si! Devemos também pedir o fim das restantes forças militares? Ou talvez o fim do curso de Medicina, por exemplo, sempre que morre alguém porque não havia mais nada a fazer, por negligência ou, simplesmente, por burrice e falta de profissionalismo? Ou talvez porque alguém morreu porque estes profissionais não conseguiram encontrar uma cura para a sua doença...

Se a resposta é "não são precisos Comandos, ou outra força", então também podemos acabar com muitos cursos superiores (uma grande parte deles!) porque, actualmente não são precisos, por não terem saída para os seus formandos. Não vale a pena andar a camuflar a cara e a defender uma coisa hoje e outra completamente diferente no dia seguinte. O que convém evitar são os extremismos, principalmente em partidos que apoiam o Governo de um país.

Já agora, quando um governo promete conquistar determinadas metas e não o faz ou, mais grave, os planos saem defraudados... deve extinguir-se?

(Atenção: este texto é um pouco extremista)

quinta-feira, agosto 25, 2016

As nossas avós usavam burkinis

O caso da senhora muçulmana, cujo descanso ao sol numa praia de Nice foi interrompido pela polícia, só não revolta quem não consegue pensar acima da religião - de uma qualquer! - e aqueles que não percebem o que faz de nós Humanos e do local que habitamos a Humanidade.

A religião, assim como um arrufo amoroso, o futebol ou qualquer outro tema são usados, muitas vezes, como gatilho para as maiores atrocidades que jamais poderíamos imaginar. Infelizmente, nos últimos anos, grupos de extremistas aproveitaram uma religião, o Islão, para fundamentarem o seu fundamentalismo. Mas já houve massacres no passado onde os seus autores eram de outras religiões ou simplesmente ateus.

O mais grave são os julgamentos que se fazem. São as generalizações que convertem "alguns" no "todo". Tornamo-nos tanto ou mais fundamentalistas do que aqueles que abominamos! Somos influenciados por guerras, paralelas às dos verdadeiros terroristas, que nos toldam a visão e o pensamento.

Em Portugal, no Portugal rural que muitos de nós amam e de onde muitos são oriundos - eu incluído - há burkinis há décadas. E de gente católica, imagine-se a blasfémia! A minha, e provavelmente muitas das nossas nossas avós, usaram/usam lenços pretos a tapar a cabeça e as vestes, igualmente pretas, a taparem o resto do corpo. Das poucas vezes que soube da ida das minhas avós à praia, em nenhuma delas houve lugar para biquini ou fato de banho porque isso sim era blasfémia. Era mostrar partes proibidas do corpo. Dir-me-ão: "hoje já mal se vêem essas senhoras". É verdade, mas existiram e continuam a existir. Isso faz delas terroristas? Ameaças? Deve a GNR dessas regiões rurais obrigá-las a tirar o lenço e as vestes estranhas quando vão à missa ao domingo? Irão elas, modestas senhoras, preparar algum atentado? Ou quando vão à feira? E se quiserem ir à praia com a roupa vestida?

O caso da senhora muçulmana de Nice revoltou e tem - mesmo! - de revoltar porque quem não se sente não é filho de boa gente. Ou então tem memória curta e altamente selectiva.

sexta-feira, junho 24, 2016

London has fallen

A vitória do Brexit levanta muitas incertezas num reino onde Sua Majestade vai ter de defender com unhas e dentes a sua bandeira. O resultado do referendo para a saída da União Europeia representa, em primeira análise, uma separação formal do principal parceiro comercial dos britânicos. Depois há a questão da volatilidade que hoje está elevada, que se espera que assim continue nos próximos dias, mas que ninguém sabe ao certo o resultado final! Há até quem acredite que pode haver uma suspensão do mercado de capitais.

Em números redondos, e segundo as estimativas do governo britânico, o Brexit terá um custo para o PIB do país entre os 3,8 e os 7,5% até 2030. Os críticos dizem que os números serão, eventualmente, muito superiores. Um outro aspecto importante diz respeito à circulação de cidadãos da UE, até agora bastante simples. Actualmente, são cerca de 1,2 milhões os britânicos a viverem noutros países da União, enquanto no Reino Unido há cerca de três milhões de estrangeiros. Será o futuro mais burocrático e complicado a este nível? Muito provavelmente. E as multinacionais inglesas como é que ficam?

Mas voltemos à Rainha e à sua bandeira ou castelo. Aqui reside um outro aspecto essencial para o futuro do Reino Unido. O nacionalismo inglês veio, uma vez mais, ao de cima beneficiando também das dificuldades económico-financeiras que têm atingido a Europa e que têm levado a que noutros países esses mesmos nacionalismos tenham ganho força nos últimos tempos. O que importa saber é como é que Inglaterra vai segurar os Escoceses - que querem estar na UE e ser, simultaneamente, um país independente - ou os habitantes da Irlanda do Norte. E já agora, o impacto que a independência destes dois teria no PIB inglês...

No futuro mais próximo, será interessante ver, por exemplo, que impacto é que a decisão do Brexit terá nos EUA, a braços com eleições presidenciais e com um candidato chamado Donald Trump que tem assumido (alguns) argumentos idênticos aos que defenderam os que votaram na saída da União Europeia. Ainda na Europa, regiões com Barcelona, entre outras, poderão voltar à carga, mais uma vez com os nacionalismos à cabeça, para tentarem a sua independência.

OS NÚMEROS

O dia está a ser caótico: a libra tocou mínimos de 30 anos; o ouro, activo de refúgio em tempos de incerteza, está em máximos de dois anos; as bolsas afundam, algumas delas com perdas que chegam aos dois dígitos; a anca inglesa está a ser muito fustigada; o Reino Unido pode agora perder o precioso rating AAA, segundo a S&P. O governador do Banco de Inglaterra garante estar disponível para injectar 240 mil milhões de libras na Economia.

A incerteza é a palavra de ordem num cenário onde a única certeza é que nada será como dantes!

quarta-feira, junho 22, 2016

Ser Tuga é tramado

Se está à espera de ler algo de novo nas próximas linhas, então o melhor é deixar de ler este texto e ver, vezes sem conta, o primeiro golo de Cristiano Ronaldo no Euro 2016 porque vai, certamente, ficar mais satisfeito.

Não é novo, nem de agora infelizmente, que qualquer que seja o profissional reconhecido internacionalmente na sua área de actuação é desvalorizado, a posteriori pelos portugueses, se for português! A explicação? Não carece de grande ciência. O ser humano tem por hábito "atacar" quem lhe é mais próximo do que o contrário. Defende quem não conhece em detrimento daqueles que são seus ou, neste caso, da sua nacionalidade.

Aquilo que Cristiano Ronaldo fez, juntamente com o resto da selecção nacional de futebol, foi mais um esforço importante de um grupo de profissionais que, bem ou mal, fez o que conseguiu dentro das quatro linhas. Podiam ter feito mais? Podiam, da mesma forma que todos nós poderíamos naqueles dias que "nos correm mal" ou em que "estamos cansados".

Não conheço o CR7 pessoalmente mas tenho algumas certezas quanto ao profissional: falha, como muitos; já provou que é capaz, como poucos; é um patriota de corpo e alma. Critiquem, mas disso não tenham a menor dúvida!

Tudo o que temos e que é nosso é mau. A Bíblia já sabia disso: lembram-se daquele pecado capital de não cobiçar a mulher do outro? Lá está. Não havia futebol, mas havia outro tipo de jogos.
Temos, para lá do futebol, excelentes profissionais. Conseguimos, ao contrário de outras nações, fazer mais com menos. E as (várias) provas disso estão espalhadas por aí.

Da próxima vez, em vez de abrirem a boca para criticarem façam um exercício simples: abram antes os olhos e pensem. Vão ver que a "pintura" muda de cor.

sábado, junho 18, 2016

Um elefante chamado CGD

Quando o Presidente da República chama o Governador do Banco de Portugal e afirma publicamente que na reunião não se abordou o tema Caixa Geral de Depósitos, isso significa duas coisas: que o Presidente Marcelo não quer assumir publicamente o facto para não gerar pânico; que pode ser mal interpretado por ignorar a manada de elefantes de porcelana que tem na sua sala de estar ao querer convencer os portugueses de que o tema não é importante o suficiente para ser discutido!

Exigir a cada português 400 euros para recapitalizar o banco público pode e deve ser explicado. O accionista da Caixa é o Estado. Mas quem é o Estado afinal? São todos os contribuintes que serão chamados, uma vez mais, a encostar a barriguinha ao balcão e a pagar a factura.

O caso Caixa Geral de Depósitos vai - infeliz e provavelmente, terminar numa troca de acusações políticas entre a Esquerda e a Direita, relegando para segundo plano - o que é grave! - o que deve verdadeiramente ser analisado e, caso se justifique, sancionado: as várias gestões da CGD nos últimos anos e a lista de "devedores profissionais" transversais a várias instituições financeiras. A concessão de créditos avultados de ânimo leve teve um papel importante na crise nacional e tem tido um papel crónico nos balanços dos bancos. O problema não é o senhor que deixa de pagar o relógio que comprou a crédito. São os senhores que correram as capelinhas todas e tiveram acesso, em todas elas, a milhões de euros.

Em todos estes casos haverá, certamente, gestores/directores responsáveis que arranjaram formas de aprovar os ditos créditos. É para esses que o Presidente, o Governo e o Parlamento devem olhar com atenção, se tiverem coragem e vontade para isso.

Compreendo e aceito, como aconteceu para outros casos, que a haver uma Comissão Parlamentar de Inquérito deve ser regrada e sem grande ruído porque afectará sempre a Caixa Geral de Depósitos, os seus clientes e o seu accionista: todos nós! Neste processo de honestidade intelectual, o que os políticos/governantes não devem fazer é assumir que quatro mil milhões de euros são "peanuts" e tentar sistematicamente dizer que a Caixa é um banco como todos os outros (privados). E que se os outros precisaram de aumentos de capital, também a CGD precisa!

quinta-feira, junho 16, 2016

segunda-feira, junho 13, 2016

Gays e cenas

A ignorância Humana tem sempre razão. É esta a conclusão a que cada vez mais chego ao assistir a chacinas como a de Orlando. O curioso e chocante é que essa ignorância tenta sempre encontrar justificações para a sua falta de sentido. Façamos uma análise para totós.
Um gay é, antes de mais, um ser humano. Certo? Filho, irmão, pai/mãe, amigo de alguém. Como qualquer um de nós, não é? E enquanto ser humano deve ser respeitado e tem direitos que vão variando de sociedade para sociedade. A ignorância Humana é tal que damos por nós a dizer com frequência - uns mais do que outros: "tenho um amigo que é gay". Como se a etiqueta fizesse diferença na forma como delineia essa amizade ou a pessoa. E nem vou abordar o lado profissional. Não gostam de gays ou "não querem falar do assunto"? Não há problema.
E porque estamos em altura de Euro2016, o Ricardo Quaresma, que é um profissional de qualidade inquestionável, quando não marca ou falha é o "ciganito" ou simplesmente "cigano", "drogado" entre outros adjectivos altamente construtivos. Pelo contrário, se aniquila por completo a defesa adversária e faz golos - como no jogo com a Eslovénia - então regressa ao vocabulário do Ignorante o "grande jogador português"! Com os pretos/amarelos/cor de rosa é a mesma história.
Eu tenho amigos gays; também tenho hetero; esquisitos; chatos; gordos e magros; carecas e cabeludos; e também os tenho de várias cores e feitios. O importante é que são meus amigos. O resto é ruído para quem com isso se preocupa.
Em Orlando assassinaram-se pessoas! Ponto. Não tentem encontrar argumentos que não existem. Mais grave: não assobiem para o lado enquanto o elefante  está sentado à vossa frente na sala e preparado para vos atacar. Será necessário virem pessoas, como algumas figuras públicas o têm feito, assumir a sua homossexualidade para tentarem "alertar" as pessoas para o mal que foi feito?
São, foram, eram pessoas. Ficam famílias destroçadas. Persistem o medo e a incerteza. Vale a pena, pelo menos, deixar-nos de merdas, de vez em quando, e evitarmos que este tipo de mentalidade continue a minar a nossa sociedade.

terça-feira, maio 31, 2016

Estórias de embalar

De um país pequeno, pobre e endividado esperar-se-ia que os grandes objectivos fossem a recuperação da saúde financeira da Economia, empresas e famílias incluídas. Pois dessa forma seria possível dar mais qualidade de vida a quem dela apenas tem défice. Ao invés, o tempo e o dinheiro dos contribuintes continuam a ser gastos para lá das possibilidades - Sim! enquanto uns apertam o cinto, os sucessivos Governos continuam a acumular dívida e a levantar cada vez mais o queixo para vislumbrarem o topo do défice que vai oscilando ao sabor das diferentes ideologias sem nunca descer para níveis saudáveis. Pormenores... num problema que é crónico em Portugal.

Grave é que se continuem a ignorar pobres, paupérrimos, desgraçados e outros que por aí divagam e não têm voz. Discutem-se escolhas de escolas esquecendo um problema básico: que muitas crianças continuam a ir para os locais de ensino com o estômago a dar horas! Que outras nem vão porque falta dinheiro para a sobrevivência básica. Regredimos mas preferimos olhar para o outro lado.

No parlamento, discutem-se escolaridades obrigatórias para toureiros; trocam-se galhardetes e, do que realmente importa, fala-se pouco porque não dá o soundbyte desejado para os meios de comunicação social. Em vez de se discutir as causas dos problemas da banca, por exemplo, cospem-se acusações sobre quem é que deixou cair a instituição. Bad bank? Desculpem mas temos é Bad Bankers!

Da evolução económica, o discurso é transversal: confiança e melhoria mesmo sabendo-se que uma décima acima ou abaixo representa zero na economia real e, portanto, na vida do comum dos mortais. Não se estimula o investimento, o crescimento das empresas e, consequentemente, o emprego... Os nossos parceiros europeus olham para nós como o eterno elemento dos PIG - Portugal, Ireland and Greece - num à rasca constante e com o coração nas mãos, sem saberem quando é que vão ter de chegar-se à frente para apoiarem novamente o país.

A questão é transversal. Repito: transversal. Não é deste ou doutro partido! Usam-se dinheiros públicos SEMPRE para o mesmo: obras que, muitas vezes, não têm outra função que não o mero embelezamento. Basta olhar à volta e perceber que a chegada da Primavera trouxe muitos destes investimentos públicos.

Deixemo-nos de "coisinhas". À nossa volta, o desemprego na Alemanha está ao nível mais baixo desde a reunificação; nos EUA o consumo está em máximos de 20 anos! E andamos nós a fazer rotundas? Ou a plantar árvores junto ao aeroporto num projecto que é, no mínimo, cómico (e não sou eu que o digo. São os entendidos do urbanismo). Basta resolver o seguinte cálculo: aviões + pássaros = queda.

Pergunta final: por que é que nos impõem austeridade que, já percebemos, não resolve a situação? Porque sem austeridade a situação, já de si complexa, seria pior! É por isso que todas as histórias com que nos alimentam são apenas Estórias de embalar: simpáticas, agradáveis mas pouco eficazes e falaciosas.

domingo, maio 01, 2016

Se Senna fosse um gajo normal...

Escrever sobre Ayrton Senna - embora possa parecer exagerado - custa tanto como escrever sobre o meu pai. Foi e é o meu ídolo! Não apenas dentro de pista, onde era extremamente combativo e um perfeccionista como nunca vi, como também fora dela, onde o Homem conseguia superar o piloto: ajudou - ainda em vida e depois através da Fundação Ayrton Senna - milhares de crianças pobres brasileiras a terem educação gratuita.

Assumir alguém como um ídolo - mesmo aos 32 anos - pode parecer exagerado. Mas hoje, mais do que nunca, partilho muitos dos ideais que Senna partilhava, especialmente nos anos 80 e 90 do século passado: luta, persistência, perfeccionismo e bondade. Se houve alguém que na minha opinião esteve perto da perfeição foi Ayrton Senna.

Passaram 32 anos! Lembro-me perfeitamente do dia como se fosse hoje. Tenho hoje praticamente a idade que Senna tinha aquando da sua morte. Senti a sua partida - ainda sinto hoje - como se de de alguém muito próximo se tratasse. Tive a felicidade de o ver ao vivo - no Estoril - e a tristeza de nunca o ter conhecido pessoalmente. Visto uma das suas t-shirts - a duplo S - com o mesmo orgulho com que ele a envergava.

Este texto, por ser tão pessoal, é naturalmente tendencioso. Mesmo assim, não há como não sentir - mesmo que 22 anos depois - a morte de alguém que fazia muita falta ao mundo do automobilismo e, principalmente, ao Brasil! Tal como na altura em que Senna começou a vencer corridas, o Brasil está novamente em crise! Hoje tem menos uma pessoa, de referência mundial, que lute pelos verdadeiros interesses do país.

Há 22 anos que o mundo está (muito!) mais pobre.