Este texto poderia começar por qualquer coisa deste género: caros leitores (que têm veículos movidos a combustível) não abasteçam os vossos veículos até à próxima quinta-feira porque as chamadas "gasolineiras de marca" vão passar a comercializar combustíveis simples, isto é, "low cost". Errado!
A medida insere-se na lei publicada a 16 de Janeiro deste ano e que impõe que todos os postos de combustível - em Portugal Continental - disponibilizem combustíveis simples, uma decisão que as gasolineiras garantem que vão cumprir. Só não divulgaram, ainda, os preços que vão praticar. E é aqui que o cliente começa a desconfiar.
Em boa verdade, os preços destes combustíveis simples não será idêntico à dos chamados combustíveis "low cost" das grandes superfícies comerciais. Ou seja, gasolina e gasóleo sem aditivos não significa preços "low cost"!
Daí que a Apetro - Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas -, que representa a Galp, BP, Repsol e Cepsa, tenha já alertado os jornalistas para esse facto. Em comunicado - e com recurso a um texto publicado originalmente em dezembro de 2014 - a associação explica que "Começou-se a designar por combustíveis “low cost” os que eram comercializados por
hipermercados e outros retalhistas que normalmente operam sem a bandeira das Companhias
Petrolíferas. Trata-se de produtos simples, isto é, sem qualquer tipo de aditivos melhoradores
das suas características básicas, que fazem parte da oferta de comercializadores que optaram
por um conceito “low cost”. São vendidos a preços normalmente inferiores, aos preços
praticados pelos operadores cujo conceito se baseia na diferenciação dos seus produtos e
serviços, isto é, pelo valor da marca. E aqui, reside toda a diferença!"
O mesmo texto explica ainda o porquê das diferenças de preços. Na prática, está tudo no modelo de negócio que distingue as petrolíferas das grandes superfícies comerciais, que não têm no posto de abastecimento o seu único ou principal negócio: "Como se compreende pelo exposto, é o somatório das economias obtidas nos custos de
exploração de um posto de abastecimento "low cost", associado ao seu elevado volume de
vendas, que permite uma redução significativa dos custos de operação. Não é possível pois, nos postos de abastecimento convencionais, conseguir reduções do Preço
de Venda ao Público semelhantes aos apresentados pelos "low cost", através da venda de
combustíveis simples, isto é, alterando apenas um dos fatores de redução de custos - o produto
e, mesmo este, marginalmente.", refere a Apetro.
Feita a explicação, o melhor é não esperar grandes descontos nos preços das principais gasolineiras a operar em Portugal. Os preços deverão ser ligeiramente mais baixos do que os dos combustíveis com aditivos. No entanto, não espere que sejam idênticos às das gasolineiras low cost.
O importante é que perceba que combustíveis simples não são combustíveis "low cost".
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