António Costa assinou hoje, quinta-feira 2 de Abril, o último artigo de opinião enquanto Director do Económico. Disse Adeus como muitos outros o fizeram antes dele - neste e noutros meios de comunicação social - e como muitos o farão no futuro. Não saiu por entre uma autêntica "debandada" como muitos apregoam. Fê-lo em consciência. Mas mais importante do que os que saem são os que ficam. E são muitos os que ignoram as debandadas, as fugas, o que lhe quiserem chamar. São jornalistas, técnicos, assistentes, paginadores... que diariamente lutam e fazem o melhor que sabem para manter o prestígio da marca Económico.
A tarefa não é fácil e, por vezes, (vezes demais!) é ingrata. É preciso gerirem-se expectativas; motivar colegas e subordinados. Dizer-lhes que a crise não é exclusiva do Económico. Nem tão-pouco dos meios de comunicação social. Aquilo que choca não são os títulos dos artigos. É antes a forma como nos descrevem, como falam de um grupo (Ongoing) e esquecem os profissionais - de qualidade - que o constituem. Refiro-me aos que diariamente partilham a redacção do Económico e os estúdios do ETV. São muitos; são dedicados; são profissionais e, acima de tudo, são pessoas!
Saiu um director, mas ficam outros. Da mesma forma que a marca Económico - tal como outras - se foi alterando ao longo dos 25 anos de existência, também outras seguiram o mesmo caminho. Não é o fim. Pode ser o princípio de um novo caminho. Einstein dizia que é nas dificuldades que se encontram oportunidades. O económico terá defeitos mas também tem muitas qualidades, tal como os seus concorrentes.
O que não se aceita - que eu não aceito enquanto jornalista "desta casa" é que nos julguem todos por igual, sem direito a defesa. Que nos telefonem a pedir que confirmemos a saída de um director e que nos peçam pormenores sobre "a crise e a debandada" sem nos questionarem - muitos deles são meus/nossos amigos - se está tudo bem connosco; se o nosso cargo na empresa está em risco...
Posso estar enganado. Não sou dono da verdade absoluta e/ou universal. Sei, no entanto, uma coisa: no Económico, com ou sem debandada, continuam muitos profissionais competentes e dedicados que diariamente dão o seu máximo e fazem o melhor que sabem para informar, com qualidade, os seus leitores e telespectadores.
Dito isto, não nos façam o funeral. É feio. Ainda estamos vivos.
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