Estados Unidos rejeitam qualquer tipo de negociações bilaterais com Coreia do Norte enquanto esta não parar com o seu programa nuclear.
O porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan referiu que «não se trata de um assunto entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos. Trata-se de uma questão regional com consequências para todos os seus vizinhos». Acrescentou ainda que «há muitas ocasiões, no contexto das negociações a seis, que permitem à Coreia do Norte dirigir-se directamente a nós. E já houve muitas dessas ocasiões».
O representante da Coreia do Norte nas Nações Unidas, Han Sung Ryol, declarou hoje a um jornal sul-coreano que só haverão negociações se houverem “condições adequadas”. O diplomata anunciou que «se os Estados Unidos aceitarem um diálogo directo connosco vamos interpretá-lo como um sinal de que estão a alterar a sua política hostil».
Setembro do ano passado foi o mês marcado para a quarta ronda de negociações multipartidas em Pequim, conquanto a Coreia do Norte tenha rejeitado voltar a negociar com os Estados Unidos enquanto estes continuassem com declarações hostis.
Coreia do Norte e Estados Unidos precisam conversar «cara a cara», como refere o diplomata norte-coreano, e afirma que caso essas conversações não sucedam, tal atitude será interpretada como «um não reconhecimento» do regime comunista.
Entretanto, a Rússia já apareceu em defesa do formato multipartido nas negociações sobre a crise nuclear na península coreana.
O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, afirmou hoje que «não vão criar-se novos mecanismos que excluam a Coreia do Norte das negociações, embora possa haver contactos bilaterais».
A Coreia do Norte declarou na passada quinta-feira possuir armas nucleares, embora estas se destinem a uma eventual invasão dos Estados Unidos. Assegurou ainda que se retira das conversações a seis (Coreia do Norte, Coreia do Sul, a Rússia, os Estados Unidos, a China e o Japão.
O ministro russo asseverou que «as negociações a seis são as mais adequadas para resolver os problemas relacionados com a não proliferação de armas nucleares, a segurança e a economia». Os contactos bilaterais entre os seis países que participam nas negociações nunca foram interrompidos ao longo das quatro rondas de negociações, iniciadas em Agosto de 2003.
A Rússia, embora tenha sido um dos principais aliados da Coreia do Norte até à presidência de Boris Ieltsin, mantém uma postura crítica relativamente ao regime de Kim Jong II. Por outro lado, contesta as pressões diplomáticas exercidas pelos Estados Unidos desde a chegada de George W. Bush à presidência.
Como resposta ao anúncio da passada quinta-feira feito pela Coreia do Norte, os seus parceiros comerciais declararam que tudo não passou de uma táctica, que já vem sendo habitual nos norte-coreanos, apenas com o intuito de abalar os Estados Unidos e fortalecer a sua posição nas negociações.
Pyongyang defende uma solução que passe pela conclusão de um acordo bilateral de não agressão que garanta a segurança e a sobrevivência do regime comunista.
Bill Clinton, antigo presidente dos Estados Unidos realizou um acordo semelhante em 1994, no qual a Coreia do Norte congelava todas as suas actividades nucleares em troca de petróleo e de ajuda alimentar.
A administração Bush nomeou o acordo realizado por Clinton de «fracasso», visto ter sido violado aquando do desenvolvimento do programa de enriquecimento de urânio pelo regime comunista da Coreia do Norte.
Fontes:
JN e
Lusa