Não vou falar de gestões, direcções, rumos ou da falta deles. Vou centrar-me nas pessoas que fizeram o Diário Económico, salmão e em papel, durante 26 anos. Conheci alguns durante os seis anos em que estive no ETV. Conheci muitos outros que, não tendo trabalhado directamente comigo, tinham o Diário Económico, em papel, no seu percurso profissional. Mais importante: não esqueciam a sua passagem por lá e, muito menos, o facto de ser A referência em Portugal nos jornais económicos.
É estranho, muito estranho, que até ao último dia, que mesmo no último dia, o Diário Económico, papel, seja líder no seu segmento. É o mercado a funcionar. É a lei da oferta e da procura. E em relação a isso não há nada a fazer. Podiam ter sido seguidos outros caminhos, mas essa é outra história.
O que me preocupa é o que farão, a partir de hoje, os jornalistas - enormes na coragem e no empenho - que aguentaram com as próprias mãos o peso dos últimos meses: sem meios, sem salário, sem expectativas, sem vontade, sem nada! Fizeram o que tinham que fazer todos os dias, mesmo quando as mãos começavam a ceder devido ao esforço e ao desgaste. Não desistiram. Perderam esta batalha que, desde o início (sabiam!), era desigual e desleal. Eles sabem-no e eu também!
De nada vale, agora, elogiar estes verdadeiros guerreiros a não ser pelo singelo elogio ou por mero alívio de espírito. Eles merecem estas linhas. Ficam sem emprego, ainda com menos esperanças e continuam sem salários. Fizeram o que tinham de fazer até ao último dia. Foram profissionais até ao último momento.
Há um provérbio português que diz "posso cair mas caio de pé"! Foi o que fizeram...
Faço minha a vossa manchete: obrigado por tudo aquilo que me ensinaram!
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