A razão pela qual escrevo novamente sobre o processo de sucessão a Carlos Carvalhas no PCP, prende-se com o facto de faltar alguma fundamentação ao meu anterior artigo.
Neste sentido, apercebi-me que o meu ponto de vista era, no essencial, corroborado por respeitados comentadores do nosso universo político nacional.
De facto, José António Saraiva, comentador do Expresso, classifica de “encruzilhada” a situação que o Partido Comunista Português vive actualmente. Para Saraiva, o PCP é um partido do passado – “ainda sonha com o comunismo”, e o seu actual líder Carlos Carvalhas não conseguiu durante o seu mandato adaptar o partido ao nosso tempo – “tornou-se uma matéria para os estudantes de história”, referindo-se à própria doutrina do partido.
Segundo Saraiva, o PCP pertence a um mundo que desapareceu, sendo que lhe parece impossível uma reforma no partido, face às actuais disputas entre “duros e renovadores”. O comentador chega mesmo a dizer que , em caso de vitória, Jerónimo de Sousa vai-se tornar no “ Kaúlza do PCP”, isto é, representará o triunfo dos ultras do partido, a camada mais anti-democrática dos comunistas.
Para finalizar, Saraiva classifica a máquina do partido de “obsoleta”, fazendo lembrar o longínquo tempo da Revolução Industrial.
Posto isto, o comentador termina com uma interrogação em tudo semelhante ao meu anterior artigo –“ como pode o partido aspirar à conquista do futuro?”
Sem comentários:
Enviar um comentário