terça-feira, dezembro 29, 2015

Quando chove mas finges que está sol


O mundo continua recheado de pessoas que vivem iludidas. Iludidas com a vida em geral e com tudo o resto em particular! Quando chove torrencialmente, porque é época de monções, querem acreditar cegamente que estão em pleno verão. Se está frio não querem perceber que convém vestir um agasalho. E, mais importante em tempos onde reina a austeridade laboral, ignoram o óbvio e transformam-se numa espécie de anarquistas sem nome, objectivos ou preocupações.

Não se preocupam com elas próprias e muito menos com os outros! Ignoram, como sempre, o óbvio e com isso iludem-se prejudicando todos os que com eles se cruzam. Não percebem - porque lhes falta (pelo menos) inteligência emocional - que quando uma casa está a arder ou se uma família está em apuros todos devem unir esforços... E não o contrário! Porque o contrário apenas acelera a queda da casa.

Por vezes, o melhor é abandonar a casa e deixar lutar aqueles que o querem realmente fazer!

terça-feira, dezembro 22, 2015

O Contribuinte? Ai aguenta aguenta...

A história volta a ser redundante. Um banco, à rasca, é intervencionado. Ou melhor, faz uma cirurgia, sobrevive, é vendido, mas os custos da operação são os contribuintes que asseguram! Ninguém lhes perguntou se estavam disponíveis para isso ou o que é que pensavam sobre a situação. Foi-lhes dito - foi-nos dito! - que havia risco sistémico.

A factura será paga ao longo dos anos sendo que os activos problemáticos - os resíduos que ninguém com bom senso quer - ficam na posse dos contribuintes. No entanto, há um aspecto que interessa analisar: a (falta de) responsabilização dos vários intervenientes em todos estes casos. Há a gestão/administração da instituição; os reguladores - Banco de Portugal e CMVM; os governos e também as autoridades europeias, ou seja, o BCE. E o problema reside aqui. Os vários elementos desta equação guardam o segredo, que é a situação débil do banco, e quando já não há nada a fazer divulgam esse segredo.

No Banif, além da nacionalização parcial, protelou-se a venda ou o futuro sustentável do banco. Esperou-se que o tempo tratasse do assunto. Todavia, o tempo mostrou que não havia solução fácil para a instituição que acabou por perder centenas de milhões de euros quando os depositantes começaram a ver que onde havia fumo havia mesmo fogo. E mais uma vez - à semelhança do que aconteceu com o BES - o governo avançou quando o BCE avisou que ia fechar a torneira.

A crise, já o escrevi, justifica muita coisa. Mas não tudo! É preciso apurar-se responsabilidades. E para isso não bastam as comissões parlamentares de inquérito. É preciso que a justiça actue. Pelo meio, é preciso ver se não haverá mais bancos a precisarem de ajuda. Se esse for o cenário, então já conhecemos a receita que foi bem explicada por um outro banqueiro a respeito dos impostos em Portugal: o contribuinte? Ai aguenta aguenta!


sábado, dezembro 19, 2015

Despedimentos a mais

Noticiámos, ouvimos e lemos a melhoria de alguns indicadores em Portugal. Melhoraram os números, não todos, mas a economia real continua igual a si própria: cresce pouco, conta todas as migalhas e no final sobra pouco. Muito pouco.

O problema maior é que para manter postos de trabalho não chegam migalhas. Sinónimo disso são os 120 trabalhadores que foram para a rua no Sol e no i; os 70 funcionários do centro de produção da Unicer em Santarém e os 500 trabalhadores da Soares da Costa. Em números redondos, desapareceram 700 postos de trabalho em cerca de um mês.

Só nas empresas que fizeram manchete. Seguir-se-ão mais! Nos media, na banca – o Financial Times estima mil colaboradores no Novo Banco e há ainda o Banif. A crise justifica muita coisa. Mas não tudo. Multiplicam-se as explicações para as causas deste flagelo. O que se vê (muito) pouco é o escrutínio à gestão que é feita nestas empresas.™