Fonte: Expresso
De acordo com a sondagem Expresso/Sic/Rádio Renascença, publicada hoje, António Costa é o vencedor das eleições intercalares que se realizam já no próximo domingo. O candidato do PS não conseguirá, tendo por base a mesma sondagem, alcançar uma maioria.
A questão que se irá colocar a partir de segunda-feira é se haverá ou não uma aliança pós-eleitoral. Se Costa aderir, muito provavelmente não conseguirá a tão almejada maioria daqui a dois anos. Basta olhar para a Europa e para os vários exemplos. Sempre que houve alianças a maioria foi inexistente aquando da recandidatura. Todavia, quando se trata de um único candidato sem maioria - como possivelmente será o caso de António Costa - há essa possibilidade. Porquê? Basta ter de estar dependente da assembleia municipal e dos outros autarcas para tomar toda e qualquer decisão. Na prática isto quer dizer que Costa poderá ter que contar com a boa vontade dos outros constituintes do executivo. O que é que o candidato do PS pode alegar? Pode simplesmente dizer que sem maioria a Câmara de Lisboa se torna ingovernável. Não é este um facto satisfatório e convincente? Certamente vai ser aludido várias vezes e por variadas circunstâncias. E mais... Pode funcionar como estratégica. Mas trata-se aqui de especulação. Excepto no facto de que António Costa será o próximo presidente da Câmara Municipal de Lisboa e que, a verificar-se os 32,5% nas intenções de voto, será o melhor resultado de sempre do PS em Lisboa. Quanto ao PSD e ao candidato Fernando Negrão, os 18,4% representam o pior resultado dos social-democratas na capital.
No emaranhado de candidatos, a grande surpresa - ou não - são os cerca de 15,9% de Carmona Rodrigues, ex-presidente. O candidato independente consegue não só eleger-se a si como também Pedro Feist e Gabriela Seabra. No outro extremo e em vias de não ser eleito está Telmo Correia do CDS-PP. No melhor dos cenários, os centristas conseguirão eleger um elemento: nada mais do que o cabeça de lista - Telmo Correia. A verificar-se a não-eleição de um mandato do
CDS-PP, será a primeira vez desde o 25 de Abril.
Do lado da esquerda, a candidatura da CDU, com Ruben de Carvalho, e do Bloco de Esquerda, com José Sá Fernandes, conseguirão eleger somente os cabeça de lista. Helena Roseta, independente e ex-PS, pode, em caso de aliança pós-eleitoral com o PS, ser a salvação de António Costa para levar a direcção da Câmara de Lisboa a bom porto. Falta saber se há interesse e disponibilidade de ambas as partes para avançarem para o dito acordo.
Quanto aos partidos e candidatos "ditos mais pequenos", isto é, com menos expressão em termos de votos, Garcia Pereira do PCTP/MRPP será o primeiro com 0,8%. A verdade é que todos juntos - PCTP/MRPP, PND, PNR, PPM e MPT - totalizam apenas 1,8% das intenções de voto. Em termos de eleição precisariam de mais 3% - todos juntos - para terem um mandato.
Resta esperar por domingo e ver se há discrepâncias ou se, pelo contrário, se confirma a sondagem. O mesmo se aplica à existência ou não de alianças pós-eleitorais. Esperam-se os discursos de vitória e os de resignação.