terça-feira, junho 30, 2015

Grécia, o bebé birrento!

Apesar de ainda não ser pai, tenho alguns "sobrinhos". É por isso que, quando olho para cada - e já são muitas! -, proposta do governo grego me lembro dos meus "sobrinhos".

Quem já não se viu atrasado para sair de casa para trabalhar ou simplesmente para ir jantar a qualquer lado porque a criança lá de casa cismou que não queria ir? Ou que preferia ver o que estava a dar na televisão? Ou que não ia porque sim?

A Grécia, qual criança birrenta, tem sugerido de tudo: mais um mês; defaults; haircuts; extensão até novembro; um terceiro resgate, através do Mecanismo Europeu de Estabilidade, por dois anos... E a lista nunca mais termina. E porquê? Porque querem fazer o que lhes apetece. E quando digo querem refiro-me ao governo e não ao povo grego!

É por estas e por outras que o executivo do senhor Tsipras tem perdido tempo e credibilidade - e eu até lhe dei alguma quando assumiu o poder - nos últimos seis meses! Vai chegar a algum lado esta birrice? Sinceramente não sei! Mas se tivesse de usar o bluff grego, diria que não!

Entretanto - e como diria o nosso Primeiro-ministro - quem se lixa é o "mexilhão". Ou seja, o povo grego que não consegue levantar o dinheiro que pretende; que não tem trabalho; que não conseguiu desviar o seu dinheiro - se o tivesse - para fora do país antes de se chegar a esta situação. E já agora, também a própria economia grega que, à partida para todo este "teatro", já estava toda esmifradinha.

Pergunto: alguém acha mesmo que os "pais" deste bebé birrento grego o vão deixar sozinho em casa só porque ele não quer sair e prefere ver o canal Panda? Ou que vão chamar a ama Moscovo para ficar com ele? Nahh...!

sábado, junho 20, 2015

A mulher do Tsipras é que sabe!

Não vou gastar muito tempo nos pormenores - ou pormaiores! - que todos conhecem da economia grega. Vou apenas enumerar alguns: 

- 20% do PIB desapareceu em cinco anos;
- desemprego em quase 27% no primeiro trimestre do ano; 
- emigração a crescer, como consequência da pobreza; 
- banca em pré-bancarrota, sendo as causas mais evidentes o incumprimento nos pagamentos dos clientes (superior a 24%) e os levantamentos massivos de depósitos nos últimos meses (30 mil milhões de euros desde Outubro de 2014). 
A situação do sistema financeiro helénico é tão grave que os especialistas já denominam o sector de "bomba-relógio" e ninguém sabe se os principais bancos vão abrir portas na segunda-feira.
- provável limitação/fecho da circulação de capitais (públicos, mas também os privados).

A falta de acordo entre o governo de Alexis Tsipras e os parceiros europeus só agravou os dados acima enunciados. De bom, este impasse de quase cinco meses não teve nada. Ou melhor, teve para a mulher do primeiro-ministro grego!

Pelos vistos, Betty Baziana, a primeira dama, terá dito ao marido que se conseguisse um "mau acordo" para a Grécia - entenda-se, controlar as contas públicas e arranjar dinheiro para pagar as dívidas - iria divorciar-se. É isso mesmo!

Não sei se será por causa da mulher, mas a verdade é que na Grécia, de acordo, nada! Em cinco meses parece estar a perder-se algum do trabalho feito - parte importante - nos últimos cinco anos.

Será que Tsipras pretende continuar casado - deixando o navio grego afundar-se - ou será que aquilo que Betty Baziana realmente quer é deixar o marido e está a usar esta "desculpa" para grego ver?

Se é este o caso, poderia ter-nos poupado - e principalmente ao povo grego que está numa agonia cada vez mais sufocante - muito tempo e trabalho. Lá diz o ditado: entre marido e mulher ninguém mete a colher... Nem mesmo os credores da Grécia.


quarta-feira, junho 17, 2015

A sede de dólares de Angola

Artigo de hoje no Diário Económico:

O mesmo petróleo que ajudou a economia angolana a tornar-se uma potência dos dólares é agora um poço cujo fundo está longe de ser encontrado.

O governo de Luanda faz o que pode e é por isso que Eduardo dos Santos foi à China na última semana, em mais uma visita oficial, para pedir dinheiro.

Em Pequim, as necessidades angolanas não podiam vir em melhor altura. O país, que quer esconder o arrefecimento económico, vai aproveitar para exportar o excedente agrícola e fazer ainda mais negócios, como é o caso da construção. 

Num reflexo da crise, os táxis "candongueiros", que transportam a maioria da população angolana, aumentaram 50%; a gasolina não pára de subir; faltam dólares no país e nos cartões de crédito. As construtoras portuguesas desesperam pelos pagamentos, enquanto as lojas da Avenida da Liberdade, em Lisboa, vão olhando para o relógio à espera que regressem os clientes. Chegou a época do "cacimbo". Resta saber quanto tempo vai durar esta seca.