Não pretendo nem sequer quero ser, de todo, hipócrita ou apático em relação ao que se passou hoje, mas gostaria de deixar apenas um apontamento.
A notícia chegou hoje aos noticiários, aos blogs, aos jornais, enfim, a tua o que comunica: Saddam Hussein foi condenado à morte por enforcamento. Sei-o, o mundo sabe-o. Saddam matou muita gente inocente. Foi frio, imperativo nos seus actos. Não olhou a causas ou sentimentos.
Os líderes mundiais, pelo menos alguns, já se pronunciaram. Bush, com a sua imagem típica, limitou-se a concordar em pleno com a sentença. A ministra dos Negócios Estrangeiros britânica seguiu o mesmo caminho, não acrescentando nada de significativo ao discurso de Bush. Zapatero acabou por ser o único a fazer um discurso mais cuidado e reflectido. Assumiu que a União Europeia não pactua com a pena de morte.
A questão que aqui se coloca é a seguinte: matar Saddam Hussein numa altura em que o Iraque está em plena guerra civil, onde todos estão revoltados entre si e contra tudo. Não é apenas a presença do "intruso", as tropas estrangeiras que se encontram no território, que originam bombas e mortos e feridos. Diferentes facções lutam entre si por uma hegemonia que, por vezes, não se percebe.
As manifestações foram instantâneas. A decisão da condenação saiu e, de pronto, as ruas encheram-se com cidadãos pro e anti Saddam.
A meu ver, e não sou analista político, seria mais favorável ao país, em termos sociais, políticos e, consequentemente, económicos não matar o ex-líder. Um asilo político, uma prisão, seja ela domiciliária ou de qualquer outro tipo, resolveria, na minha modesta opinião, um problema que vai crescer a curto prazo.
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