Há um ano o cenário era este: os juros exigidos pelos investidores para comprarem dívida nacional com maturidade a 5 anos estava nos, imagine-se, 23%.
Há um ano, o tema "regresso aos Mercados em 2013" era tabu e sinónimo de descrença. Em alguns casos até de ironia.
Um ano depois o cenário, que era hipotético (para alguns, muito hipotético!), concretizou-se. Portugal regressou ao mercado através de uma emissão sindicada (dirigida por quatro bancos) e pagou um juro aos investidores que é, perante aquelas que são as condições do mercado, bastante interessante. Positivo mesmo!
Os mais pessimistas dirão que este é apenas o início do caminho. Concordo totalmente. Mas é igualmente verdade que há um ano ninguém acreditava que o país pudesse regressar ao mercado em Setembro de 2013... muito menos em Janeiro!
Resulta esta operação do trabalho do Governo? Sim, mas não só. Portugal está a beneficiar de um alívio das pressões e dos receios em relação aos países periféricos da Europa. E também porque nesta fase os EUA estão a concentrar algumas atenções.
Concretizada esta primeira fase, importante, e depois de aberta esta porta, há que continuar o caminho com uma execução orçamental rigorosa, eficiente e eficaz. E alguma sorte, claro. É que se a Europa tiver alguma réplica sísmica, Portugal arrisca-se a sofrer um terramoto forte.
Ainda assim, e porque estes processos se fazem por etapas, o número do dia é este: 4,891%. É um bom número para começar!