"Todos queremos que a Grécia permaneça na zona euro" - Angela Merkel (19/05/2012)
Sem confiança, dinheiro ou
perspectivas. É assim que a Zona Euro, uma união monetária (porque partilha a
mesma moeda: o Euro), enfrenta o Presente sem saber como será o Futuro. E olvidando
a divergência política. Trocando por miúdos… ninguém se entende porque cada
líder defende os interesses do seu país.
Foi para isto que se criou a Zona
Euro? Da teoria ao papel e do papel à prática, o globo e a própria região do
Euro deram muitas voltas. Podem os mais cépticos dizer que a Crise, ela pois!,
deu a volta aos políticos, aos economistas, aos denominados Especialistas. Só
acertaram aqueles que, como Nouriel Roubini, foram proferindo uma afirmação a
cada movimento de rotação da terra. Os outros limitaram-se a acertar… ao lado!
Contágio? Nem pensar. Não faz
sentido falar disso. Se acontecer um cataclismo ficará circunscrito à Grécia.
Os outros países, como Portugal, Espanha e até Itália, estão protegidos. “Os
líderes Europeus estão connosco” trazem os ventos do Governo. Dizem os próprios
citados. Na prática? Cada “país pedinte” (e já são três: Grécia, Irlanda e
Portugal) deve resolver os seus problemas mesmo que para isso crie mais
problemas. São juros elevados, prazos curtos e uma maratona de medidas austeras
que obrigam o “atleta” (já de si cansado) a correr 40 km em sprint.
E por que deixam os líderes que
as situações se tornem de emergência? De urgência? De falta de soluções? Faz
sentido falar de Eurobonds (emissão
conjunta de dívida dos países do Euro)? Alguns líderes, como François Hollande,
defendem que sim. É uma forma de homogeneizar os juros pagos por estes países.
Evitaria que, por exemplo, Portugal pague juros de 4% sobre Bilhetes do Tesouro
a 3 meses, enquanto uma Alemanha paga… praticamente zero. Mas a Alemanha de
Angela Merkel garante que ainda não estão reunidas as condições para se avançar
com esta “inovação”.
A verdade é que quanto à Grécia e
aos gregos ninguém sabe ao certo o que vai acontecer. Se deixam o Euro depois
das novas eleições, a 17 de Junho, ou se optam por manter-se na moeda única…
sendo que vão precisar de mais dinheiro de uma forma ou de outra.
A Irlanda parece ter os
problemas, dentro do possível, sanados. Mas Portugal parece estar a navegar ao
sabor da maré e da austeridade e com um novo pedido de ajuda no horizonte.
E nesta União Monetária pouco
unida surge mais um país, que embora não tenha sido ainda auxiliado
externamente, está a preparar-se para isso. Espanha e o governo precisam de
dinheiro para auxiliar a Banca, a braços com activos imobiliários que
colapsaram com a bolha que se criou no país. Como se não bastasse, há ainda as
regiões autónomas que não são mais do que cofres vazios com contas para pagar. E
são muitas: as regiões e as contas!
Cimeiras e opiniões à parte, o
melhor é mesmo esperar para ver o que acontece. Entretanto, vai-se vendo a Zona
Euro por um canudo.