segunda-feira, maio 16, 2011

Teixeira e a Fissão Nuclear


Sem querer, Teixeira dos Santos utilizou hoje em Bruxelas a teoria da Fissão Nuclear ao afirmar que Portugal está "numa posição confortável" no Eurogrupo.

A comparação, aparentemente descabida, até faz algum sentido se conhecermos ambas as teorias (a da Fissão e a de Portugal!).

A teoria da Fissão Nuclear diz-nos que um átomo pode ser separado. Na prática é separar o núcleo dos átomos. Quando isto ocorre há uma reacção química intensa.

Ciências à parte, o que importa aqui destacar é esse acto de separação. Se for lento e controlado, é libertada energia que pode ser transformada em energia eléctrica. NO ENTANTO, se a separação for brusca... dá origem a uma explosão. É assim que se processa, de forma superficial, a bomba atómica.

Quando o ainda ministro Teixeira dos Santos disse em Bruxelas que o plano de ajuda a Portugal é um "programa ambicioso e abrangente, que está ajustado aos desafios que temos pela frente" pode ter separado os átomos de forma demasiado rápida...

Teixeira dos Santos não sabe ao certo a que taxa de juro o país se vai financiar. Mas sabe como se vai comportar a economia nos próximos anos (recessão!). Isto leva-me a concluir que o mais provável é que à semelhança da "meta dos 7% dos juros" no mercado secundário da Dívida, o ministro esteja a espoletar uma (mais uma!) "explosão nuclear". Metaforicamente falando, claro.


Fotografia: economico.pt

quinta-feira, maio 12, 2011

O "PINTELHO" POLÍTICO

Muitos dos portugueses, aflitos com o dinheiro que é cada vez mais curto na carteira e os preços mais elevados na prateleira do supermercado, devem andar a perguntar-se qual a relação entre um "pintelho" e a política.

Teoricamente não há na história, pelo menos que conheça, uma relação directa. Na prática, Eduardo Catroga encontrou uma. A conexão entre estes dois temas está, para o responsável pelo Programa de Governo do PSD, no facto dos partidos estarem mais preocupados em discutir "pintelhos" do que em abordarem as grandes questões que podem mudar o país.

Supreso? Nem por isso. O alarido é grande, mas a mensagem, à boa maneira portuguesa, é bastante elucidativa dos debates, conferências - e afins! - que os Media têm andado a cobrir.

No caso do PS, fala-se do que já foi feito; aponta-se o que há para fazer; chega-se ao ponto de discutir quem apresentou primeiro o Programa de Governo. Isto sem contar com as acusações mútuas para encontrar um culpado pelo pedido de ajuda externa. Alguém se acusa? Não me parece.

"Pintelhos" à parte, a mensagem de Eduardo Catroga, discutível naturalmente, teve o efeito desejado. Não sei se foi planeada. Mas funcionou!

Só há um senão. É que Eduardo Catroga esqueceu-se que o pintelho é também uma espécie de pintasilgo (puffinus obscurus). Não sei se o Partido Pelos Animais e pela Natureza vai ficar agradado com a metáfora.