Comecei por não citar este título - que ficou mediaticamente conhecido na passada semana - pelo simples facto de esta ser uma expressão por nós tantas vezes usada.
Quem não ouviu já um colega, um familiar, um mero desconhecido afirmar veementemente: "Hoje tive um dia mau!". E, se olharmos meticulosamente, ou talvez não seja necessário tanto pormenor, para a actualidade, ela está a "romper pelas costuras" de tantos dias maus. Vejamos alguns exemplos:
1 - O Governo de José Sócrates teve uma semana que, à semelhança das tempestades que assoláram o país, fez tremer o governo, a liderança e, penso eu, a credibilidade do próprio José Sócrates. Em parte, o congresso do PS, ocorrido no passado fim-de-semana, serviu (e de que maneira) para apaziguar um pouco as hostes. Até ao momento, a coisa parece estar a funcionar bem. Eis um belo plano de comunicação, digno de um não menos belo gabinete de comunicação. A própósito, o próprio primeiro-ministro vai, ao que tudo indica - muito graças aos constantes deslizes dos seus ministros e secretários de Estado, assumir a comunicação estratégia do seu Governo.
2 - O caso de Miguel Sousa Tavares é particularmente curioso. O próprio escreve na sua crónica habitual no Expresso acerca do insólito acontecimento. Durante a passada semana um autor, anónimo, de um blog acusou o jornalista e escritor de ter plagiado uma obra supostamente sua no livro Equador. O livro, a meu ver, é deveras interessante, não só no contexto histórico como também ao nível do romance que deixa o leitor literalmente viciado. É triste mas existe. Isto é, não será um pouco patético reclamar por algo que se diz ser seu através do anonimato? Imagine-se que o próprio Miguel Sousa Tavares assume - hipotéticamente, claro - o plágio e que quer homenagear o seu "verdadeiro" autor e, no caso do anonimato, se vê impossibilitado de tal gesto de honestidade? Neste aspecto o jornalista tem razão quando diz que se se quiser acusar alguém de pedofilia, homicídio ou qualquer outro crime grave pode fazer-se sem que o lesado possa activar o seu direito de defesa.
3 - Por último mas não menos importante, o meu caso. É triste quando chegamos a uma altura da vida profissional, neste caso académica, e percebemos que andámos a incidir sobre determinado tipo de conteúdos quando deveríamos - deveríam-nos! - ter aberto outro horizontes, outros aspectos práticos que, só com recurso a profissionais, podemos tomar conhecimento. É precisamente o que está a acontecer, agora, a dois meses de ir para estágio, quando o curso tem a duração de 5 anos. Isto dá que pensar. Como referi no iníco desta pequena dissertação, todos nós temos dias maus e a verdade é que tal como há o direito a subsídios também nós temos direito a dias maus.