segunda-feira, outubro 31, 2005

Direitos apenas na forma...

"A AIR LUXOR NÃO TRANSPORTA PESSOAS COM DEFICIÊNCIAPublicação de um mail recebido de um leitor da Fundação Canzoada:

PORTUGAL NO SEU PIOR - EXCLUSÃO E DISCRIMINAÇÃO!

Sabem a melhor?Perguntei ao Sr. Rui Perdigão da "Air Luxor" para ele então me dar datas disponíveis para férias em Moçambique, Brasil ou Cabo Verde, salientando que o quarto no hotel onde ficasse hospedado teria de ter condições para deficientes devido á minha esposa se deslocar em cadeira de rodas. O Sr. Rui Perdigão disse-me para eu esperar um pouco e passado uns segundos voltou ao telefone dizendo-me: Lamentamos muito, mas desde o dia 7 de Junho que a "Air Luxor" deixou de transportar passageiros deficientes.

Como devem compreender acho que com esta atitude a companhia aérea em questão está a praticar "Exclusão e Discriminação" para com os deficientes deste País. Acho inconcebível que uma companhia aérea nacional não preencha um dos requisitos minímos que é o transporte de deficientes.

Agradeço que divulguem este bom serviço prestado pela "Air Luxor". Só mesmo num país do TERCEIRO MUNDO é que este tipo de situações poderiam vir a ocorrer.

Virgilio «"Air Luxor Tours - Call Center" ALT-CallCenter@airluxor.com 14-07-2005 15:11»

Após este contacto do meu marido com a referida transportadora e, não querendo acreditar no que estava a ouvir, tentei marcar uma viagem na Companhia aérea AIR LUXOR. Após a verificação da data a marcar e do número de lugares, disse ao funcionário que um dos lugares era para um deficiente motor.

Resposta do meu interlocutor:

-Desde o dia 7 de Junho que a Air Luxor não faz transporte de passageiros em cadeiras rodas. (antes ainda me questionou se o passageiro de cadeira de rodas podia subir as escadas para o avião - apeteceu-me logo dar uma má resposta mas consegui conter-me).

Reclamei, como é óbvio e vou levar ao limite a luta contra esta discriminação que a referida companhia está a praticar: não transportar deficientes motores nos meses em que a afluência ao serviço é grande, é estar a impedir a acessibilidade ao exercício do direito de cidadania, é estar a violar o meu direito de igualdade e liberdade. Esta exclusão social no sec. XXI, não pode nem deve passar sem que seja altamente divulgada. Vou lutar pelo meu direito à acessibilidade quando e onde o desejar. Não será a Air Luxor a decidir os meses em que devo ou não viajar. Já não está em causa a viagem mas sim a discriminação e a exclusão.

Conto com a ajuda de todos para a divulgação de mais uma injustiça no mundo de "Salve-se quem puder"

ACESSIBILIDADE É UM CONCEITO LATO QUE SIGNIFICA POSSIBILIDADE DE ACESSO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AO MEIO EDIFICADO PÚBLICO E PRIVADO, AOS TRANSPORTES E ÁS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO."


Email recebido que achei por bem divulgar...

segunda-feira, outubro 24, 2005

O Anúncio



Cavaco Silva formaliza a sua candidatura à presidência da República.
O antigo primeiro-ministro pretende combater «a descrença e o pessimismo instalados», com a convicção de «contribuir para o reforço de credibilidade e para ajudar a vencer o momento difícil que o país atravessa».

domingo, outubro 09, 2005

As Autárquicas e a moral

A verdadeira democracia, aquela que vem nos livros e à qual nos habituamos a aspirar desde tenra idade, pressupõe, no sentido da salutar auto-preservação das instituições democráticas um conceito bastante importante – a alternância democrática.

Os resultados globais das eleições autárquicas de hoje, segundo as projecções avançadas pelas principais televisões nacionais, demonstram, inequivocamente, o perpetuar de alguns mandatos pré-históricos que, obviamente, nada têm a ver com o conceito anteriormente referido.

A eleição dos velhos “dinossauros” que pontificam nas autarquias de Braga, Gondomar e Oeiras, entre outras, atesta a manutenção de um “status quo” governativo, em minha opinião, verdadeiramente inquietante.

A sabedoria popular diz-nos que o Poder acaba por corromper o indivíduo, especialmente com o passar dos anos e respectivos mandatos. Sem querer entrar pelo fatalismo desmedido do senso comum, é um facto que a manutenção de um cargo político durante um número indefinido de mandatos cria vícios latentes. Posto isto, e para o bem-estar das referidas instituições do poder local, é vital a injecção de “sangue novo”, fundamental para que se garanta uma relação de respeito mútuo entre a autoridade local e os cidadãos, laço que tende a ser desvitalizado com o avançar dos anos.

Políticos como Valentim Loureiro, Fátima Felgueiras e Isaltino Morais são um bom exemplo deste apego assustador em relação ao todo badalado Poder. Sem querer abordar as considerações de âmbito legal sobre a gestão financeira de alguns dos municípios dirigidos pelos referidos “dinossauros”, sobre os quais as instituições judiciais oportunamente se pronunciarão, poder-se-á dizer que estas eleições decorreram numa esfera pouco ética. A ética é a ciência da moral; partindo deste princípio dir-se-á, com toda a legitimidade, que a suspeita de actos ilícitos durante a administração camarária impõe, em nome do respeito pelas instituições democráticas, a suspensão de toda e qualquer actividade política, até que o poder judicial se pronuncie sobre a questão. É certo que a política não se deve misturar com a justiça, no entanto, o mais distraído dos eleitores pode e deve questionar-se sobre esta questão ética e moral.

Mais do que qualquer consideração de âmbito meramente partidário, os resultados destas eleições autárquicas mostram que os eleitores têm uma confiança cega nos respectivos presidentes de câmara, mesmo quando estes se encontram sob a alçada da justiça. Será que a presunção de inocência até trânsito em julgado justifica os resultados do escrutínio?

Seria sem dúvida positivo que se reflectisse sobre esta questão que, volto a dizer, é acima de tudo ética e moral.

sexta-feira, outubro 07, 2005

Nobel da Paz

Nobel da Paz 2005 atribuído à Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) e ao seu director-geral, Mohamed ElBaradei.

quarta-feira, outubro 05, 2005

Apenas mais um dia de festa...


A apenas quatro dias das Eleições Autárquicas, o espectáculo continua mais ou menos o mesmo. O circo é o mesmo, o seu apresentador também, apenas os palhaços mudam.

A constante repetição do “mesmo” neste texto não acontece por mero acaso. No fundo reflecte a situação do país, que se encontra numa ataraxia total. Alguma novidade?

Há que realçar a falta de imaginação e, acima de tudo, a falta de visão política àqueles que se auto denominam políticos.

No passado fim-de-semana li um artigo [que não é propriamente um artigo] na revista Única do jornal Expresso e que me deixou pensativo, um pouco à semelhança, penso eu, de todos os que, como eu, o leram.

Trata-se da habitual carta do Comendador Marques de Correia, aquela que, na última página da dita revista, todas as semanas se dirige a alguém, com algum sentido e ironia à mistura.

O Comendador Marques de Correia conta a história de três homens (Isaltim, Avelim e Valentino) e de uma estalajadeira (que supostamente fugiu pró Brasil...) que têm a possibilidade de pedir desejos a um génio.

Ora, não fosse esta história bem conhecida de todos nós e pensaríamos que as personagens teriam escolhido desejos variados e interessantes…

Eu que pensava que a época das canetas, das réguas, dos lápis [que até têm bastante utilidade para a escola, escritório e até para apontar o que falta de mercearia para a semana] estava acabada e, afinal, enganei-me! No entanto, e à semelhança dos tempos, a revolução dá-se também na política. Agora chegou a moda dos enchidos [entregues em mão e por correio]. E esta hein?

UM APARTE - A ironia é uma forma [simples] de se criticar aquilo que, supostamente, está mal.

É incrível como ainda hoje as pessoas se preocupam mais com os “brindes” oferecidos pelos políticos e seus verdadeiros exércitos de poluição sonora, do que com o próprio político e seus projectos políticos para o futuro.

Ainda há os que dizem que “os políticos são todos iguais” e que, por isso, não vão sequer votar, exercer o seu dever cívico, esquecendo-se que há outras formas de mostrar descontentamento político.

É curioso que, neste país desenvolvido que até pertence à União Europeia, Portugal ainda ande ao ritmo do chouriço e da propaganda barata.

É conveniente dizer que antes de pôr a cruz, no Domingo, o mais comum dos cidadãos poderia tentar conhecer o candidato em quem pensa votar [e refiro-me a nível de propostas políticas].

Não namoramos com quem não conhecemos, ou namoramos?